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Controle parasitário na terminação de bovinos

Controle parasitário na terminação de bovinos

09/06/2020

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O Brasil é detentor do maior rebanho comercial do mundo, contando com aproximadamente 214 milhões de cabeças de bovinos. Em volume de animais, a índia é o primeiro.

Quando analisamos a produtividade média do rebanho bovino brasileiro, percebemos que os níveis ainda são muito baixos quando comparados a outros países e necessitam ser rapidamente incrementados. Dentre eles, a taxa de abate, que no Brasil está em torno de 25 % e, como referência, os EUA possuem 35%, ou seja, a cada gargalo da produção, a rentabilidade do negócio diminui.

A produtividade do rebanho brasileiro pode ser diminuída significativamente pelos efeitos dos parasitas, tanto internos quanto externos, que afetam os bovinos. As perdas econômicas no Brasil foram estimadas em aproximadamente US$ 13,96 bilhões (GRISI, 2017). Para essa conta, foram consideradas as perdas potenciais que somam os prejuízos reais causados pelos parasitas, a perda de produtividade, os investimentos em medicamentos e ainda o reflexo dessa perda de produtividade para a indústria.

Controle estratégico para parasitas internos

O maior causador desse prejuízo são os vermes internos, que representam cerca de 51 % das perdas geradas por parasitas. Estima-se que cada bovino parasitado pode deixar de ganhar até 41 kg por ano, ou seja, o parasita consome mais de duas arrobas de carne de cada animal não tratado.

Considerando esses prejuízos e os medicamentos para controle de parasitas disponíveis no mercado, desenvolveu-se o conceito de controle estratégico parasitário.

Na fase de engorda, é de extrema importância que os antiparasitários utilizados respeitem o período de carência indicado pelos fabricantes, além da normativa em vigor, que recomenda o uso de avermectinas com carência menor que 28 dias. Para tanto, existem produtos que não são derivados da família das avermectinas e que possuem alta eficácia no tratamento antiparasitário.  

Para o controle dos vermes internos, uma excelente molécula que pode ser utilizada é o levamisol, que é comercializado como fosfato ou cloridrato. Trata-se de um imidazotiazol com funções anti-helmínticas e imunomoduladoras, que atinge as fases adultas, imaturos e em desenvolvimento de nematoides gastrointestinais e pulmonares.

Os parasitas são eliminados através das fezes ou muco bronquial, entre 24 e 36 horas após o tratamento. O produto atinge seu nível plasmático rapidamente, cerca de 2 a 3 horas após a aplicação, porém não é um produto de longa ação.

Nos casos de confinamento em que os animais não possuem reinfestação, trata-se de uma excelente opção para essa categoria de animais. Já nos animais de semi-confinamento e terminação a pasto, essa molécula, com apenas 7 dias de carência, pode ser muito bem utilizada associada a um produto com ação contra parasitas externos e repetida conforme a avaliação do técnico responsável.

Controle estratégico de parasitas externos

Considerando o desafio a pasto ser não apenas para parasitas internos, os produtos pulverização ou “pour on” possuem excelente resultado nos tratamentos e carência baixa quando comparados a produtos injetáveis. Os organofosforados associados com piretróides são excelentes ferramentas para controle dos ectoparasitas. Os produtos pulverização possuem uma ação rápida, ideal para altos desafios com moscas, bernes, carrapatos ou ainda piolhos, porém seu efeito, por ser um veículo aquoso, não é duradouro.

Quando necessitamos de uma ação mais prolongada, podemos trabalhar com produtos com a mesma formulação, porém com aplicação “pour on”. Esses produtos possuem uma ação mais duradoura quando comparados com a pulverização e seu efeito pode ser considerado rápido, cerca de 4 dias para atingir seu máximo.

O que impacta muito no uso desses produtos é a condição corporal dos animais. Alguns produtos possuem um veículo que não penetra na pele do animal e sim se espalham pelo óleo do pelo. Assim, animais magros ou debilitados tem maior dificuldade para que o produto se “espalhe” pelo seu corpo, porém animais sadios e com boa condição corporal não possuem esse desafio. Esse método de absorção do produto faz com que ele possua apenas 48 horas de carência para o abate dos animais e o torna muito seguro para qualquer categoria.

Ao se tratar de um desafio específico para carrapatos, os produtos à base de fluazuron tem ganhado muito mercado. Eles inibem o crescimento do carrapato e evitam que ele troque de fase, ou seja, sofra ecdise. Esses produtos, geralmente aplicados pela via “pour on”, possuem uma carência com cerca de 33 dias e podem ser associados em protocolos de tratamento com produtos que atinjam os carrapatos em sua forma adulta, como por exemplo um produto pulverização, e após 5 a 7 dias, utilizar o fluazuron “pour on” para que as fases jovens não se desenvolvam no animal.

Fatores importantes para considerar na hora de planejar o controle estratégico parasitário

O controle estratégico é uma ferramenta prática, eficaz e rentável que deve ser utilizada da forma correta, evitando os prejuízos provocados pelos parasitas.

Para montar esse controle, temos que levar em consideração alguns pontos importantes:

  • Nos animais, a idade, a raça e/ou grau de sangue, a susceptibilidade individual, o status nutricional e o comportamento de pastejo são pontos de extrema importância ao montar um programa estratégico;
  • Ao considerar o ambiente, levamos em conta a topografia, cobertura de solo, aguada, clima, pluviosidade e o tipo de pastagem;
  • Ainda, devemos ter o cuidado de avaliar os parasitas. Neles, avaliamos a resistência, infecciosidade, especificidade, distribuição e concentração parasitária.

Na fase de engorda, os animais devem ter todo seu metabolismo voltado para ganho de peso, por isso a extrema importância de realizar o correto controle parasitário e sanitário.

Dúvidas? Consulte um Coordenador Técnico de Pecuária da Biogénesis Bagó:

Telefone: 0800 701 0752.