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As 100 maiores empresas do agronegócio brasileiro em 2020

As 100 maiores empresas do agronegócio brasileiro em 2020

23/03/2021

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Forbes Brasil – 21/03/2021

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Redação

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21 de março de 2021 Forbes Agro, Listas, Principal

Lucas Ninno/Getty Images

Anualmente, a Forbes publica a lista com as empresas brasileiras do agronegócio que mais se destacaram. Conheça as 100 maiores empresas de capital aberto do país, seus desafios e suas perspectivas

Em um ano turbulento por causa da pandemia do coronavírus, poucos setores escaparam da crise. O agronegócio foi um deles, conseguindo manter o bom ritmo de produção dos últimos anos, surpreendendo com uma safra recorde e exportações aquecidas como reflexo da valorização do dólar. “O ano de 2020 vai entrar para a história do agronegócio. Tivemos um consumo de alimentos firme no mercado interno e no externo, puxado especialmente pela demanda asiática e pelo câmbio. A desvalorização do real deixou o nosso produto muito competitivo”, afirma Marcos Fava, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FEA-RP/USP) e da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EAESP).

A safra de grãos 2019/2020 (plantada em 2019 e colhida neste ano) bateu o recorde de 257,8 milhões de toneladas, com crescimento de 4,5% em relação à temporada anterior, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os números provam que o agronegócio não pisou no freio durante a crise e seguiu trabalhando, evitando o desabastecimento durante a pandemia.

Anualmente, a Forbes publica a lista com as empresas brasileiras do agronegócio que mais se destacaram. Conheça as 100 maiores empresas de capital aberto do país, seus desafios e suas perspectivas.

DE ONDE VÊM OS NÚMEROS

Para a elaboração desta lista, que teve como base informações de demonstrativos financeiros das empresas, da agência Standard & Poor’s, da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e da empresa de informações financeiras Economatica, foram consideradas empresas com faturamento no Brasil de pelo menos R$ 1 bilhão em 2019. Foi

considerado também o grau de atuação de cada empresa ou grupo no agronegócio brasileiro, ainda que sua atividade

principal tenha relação indireta com a produção agropecuária nacional.

Veja a lista completa:

1. JBS

Setor: proteína animal

Fundação: 1953, em Anápolis (GO)

Receita: R$ 204,5 bilhões

Principal executivo: Gilberto Tomazoni

Maior empresa de proteína animal e segunda maior de alimentos do mundo, a JBS é a segunda maior companhia brasileira e a maior empresa privada em faturamento. Uma gigante com mais de 240 mil colaboradores em 400 unidades produtivas espalhadas por 15 países nos cinco continentes, a companhia que começou como um açougue no interior de Goiás na década de 1950 atualmente vai muito além das carnes bovina, suína e de aves: tem negócios correlacionados, como couros, biodiesel, higiene pessoal e limpeza, soluções em gestão de resíduos sólidos e embalagens metálicas. Uma das companhias de origem brasileira mais internacionalizadas, a JBS atende cerca de 275 mil clientes em mais de 190 países. Em 2019, apresentou seu melhor resultado histórico, com faturamento superior a R$ 200 bilhões e lucro líquido acima de R$ 6 bilhões.

2. RAÍZEN ENERGIA

Setor: bioenergia

Fundação: 2011, em São Paulo (SP)

Receita: R$ 120,6 bilhões

Principal executivo: Ricardo Dell Aquila Mussa

Principal fabricante de etanol de cana-de-açúcar do Brasil e maior exportadora individual de açúcar de cana no mercado internacional, a Raízen surgiu como uma joint venture entre a Cosan e a Shell do Brasil. Ela é responsável pela produção de cerca de 2,5 bilhões de litros de etanol de cana-de-açúcar por ano, destinados aos mercados interno e externo. Além do biocombustível, as atuais 26 unidades produzem 73 milhões de toneladas de açúcar anualmente e têm 1 gigawatt de capacidade instalada de produção de energia elétrica a partir do bagaço da cana. Na área de combustíveis, a empresa comercializa 25 bilhões de litros para os segmentos de transporte e indústria por meio de seus 65 terminais de distribuição, além de abastecer sua rede de 7 mil postos de serviço da marca Shell e 66 aeroportos. A Raízen emprega mais de 30 mil funcionários.

3. COSAN

Setor: bioenergia

Fundação: 1936, em Piracicaba (SP)

Receita: R$ 73,0 bilhões

Principal executivo: Luis Henrique Cals de Beauclair Guimarães

Uma das maiores empresas de bioenergia do país, a Cosan nasceu quando os irmãos Pedro e João Ometto associaram-se ao empresário Mário Dedini para comprar a usina Costa Pinto, em Piracicaba (SP). Em 1989, o grupo chegou a ser o maior produtor de açúcar e álcool do mundo, com 22 empresas e moagem de 10,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar (5% do total brasileiro). Hoje exporta etanol e açúcar, gerando energia ao utilizar o bagaço da cana. Também fornece gás canalizado no Brasil e atua na logística de açúcar e outros granéis sólidos destinados à exportação. Com a produção de lubrificantes e especialidades, exporta para mais de 40 países da América do Sul, Europa e Ásia. Em 2012, adquiriu o controle da Companhia de Gás de São Paulo (Comgás), privatizada pelo governo do estado, ampliando sua atuação na área de energia.

4. AMBEV

Setor: agronegócio indireto

Fundação: 1999, em São Paulo (SP)

Receita: R$ 52,6 bilhões

Principal executivo: Jean Jereissati Neto

Maior cervejaria do mundo, nascida da compra da Antarctica pela Brahma, a gigante industrial Ambev também atua no agronegócio. A cervejaria é uma voraz consumidora de cevada, matéria-prima do malte, principal insumo da cerveja. Nesse sentido, a Ambev produz cevada diretamente no Paraná e no Rio Grande do Sul, e atua também em parceria com cooperativas nessas regiões, que produzem cevada para abastecer suas maltarias. A empresa também vem investindo em novos produtos, como uma cerveja elaborada à base de mandioca. A Ambev é vista como uma das empresas mais promissoras pelos analistas de investimento.

5. MARFRIG GLOBAL FOODS

Setor: proteína animal

Fundação: 2000, em São Paulo (SP)

Receita: R$ 48,8 bilhões

Principal executivo: Miguel de Souza Gularte (América do Sul)

Segunda maior empresa de proteína animal do mundo, a Marfrig é hoje uma empresa internacional. Em 2019, mais de 70% da receita veio das operações na América do Norte. A Marfrig possui capacidade de abater 31,2 mil bovinos e 6.500 ovinos por dia. A empresa comprou, e posteriormente vendeu, unidades da Seara Alimentos e da americana Moy Park. Posteriormente, adquiriu empresas líderes nos Estados Unidos, como Keystone e National Beef. Mais recentemente, a Marfrig investiu em unidades vendidas pela BRF. Sua iniciativa mais recente, em parceria com a trading Archer Daniels Midland, é o desenvolvimento e produção em larga escala de hambúrgueres e outros produtos com base em proteína vegetal.

6. CARGILL AGRÍCOLA

Setor: tradings

Fundação: 1865, em Conover, Iowa (EUA). No Brasil desde 1965

Receita: R$ 48,7 bilhões

Principal executivo: Paulo Sousa

Com mais de 150 anos, a Cargill é a maior empresa de capital fechado dos Estados Unidos e uma das poucas cujo controle permanece integralmente nas mãos da família fundadora. A empresa surgiu a partir de um armazém para grãos e posteriormente expandiu suas atividades para outras commodities. Atualmente, a Cargill atua nas áreas de alimentos, energia e logística. No Brasil desde 1965 e empregando cerca de 11 mil funcionários, ela é uma das maiores indústrias de alimentos do país. Está presente em 17 estados brasileiros e no Distrito Federal por meio de unidades industriais, armazéns, terminais portuários e escritórios em 147 municípios. É proprietária de marcas tradicionais do mercado de consumo, como o óleo de milho Mazola, a maionese Lisa e os molhos e extrato de tomate Elefante.

7. ARCHER DANIELS MIDLAND (ADM)

Setor: tradings

Fundação: 1902, em Minneapolis (EUA). No Brasil desde 1997

Receita: R$ 48,7 bilhões

Principal executivo: Luciano Botelho

Fundada em 1902 por George A. Archer e John W. Daniels, a companhia iniciou suas atividades como uma empresa de esmagamento de linhaça para a produção de óleo. Em 1923, a Archer-Daniels Linseed Company adquiriu o controle da Midland Linseed Company, criando a Archer-Daniels Midland, atual ADM. Além de trading, o grupo atua em vários setores, como processamento de alimentos e nutrição. Iniciou suas operações no Brasil em 1997 após comprar diversas instalações de esmagamento, elevadores de grãos e silos da Glencore. Emprega cerca de 3.300 funcionários no país. Suas principais atividades no Brasil são a comercialização e o processamento de soja e milho, além da elaboração de ração animal, biocombustíveis, produtos químicos e insumos para a indústria.

8. BUNGE ALIMENTOS

Setor: tradings

Fundação: 1818, em Amsterdã (Holanda). No Brasil desde 1914

Receita: R$ 37,6 bilhões

Principal executivo: Raúl Padilla

Nascida como uma trading de grãos em 1818 na Holanda, a Bunge se diferencia das demais líderes do setor por sua internacionalização precoce. Em 1876, um dos sucessores da família fundadora estabeleceu-se na Argentina para facilitar a exportação de trigo para a Europa. Atualmente, a companhia está em 35 países e emprega 35 mil funcionários. No Brasil desde 1914, a Bunge possui cerca de 100 unidades entre fábricas, usinas, moinhos, portos, centros de distribuição, silos e instalações portuárias. Ela emprega cerca de 17 mil colaboradores, é líder em originação de grãos e processamento de soja e trigo, em logística e na fabricação de produtos alimentícios. Produz óleos, maionese, margarinas com marcas como Soya, Delícia, Primor, Salada, Cardeal, Suprema e Gradina. Desde 2006, atua também no segmento de açúcar e bioenergia.

9. BRF

Setor: proteína animal

Fundação: 2009, em São Paulo (fusão de Perdigão e Sadia)

Receita: R$ 33,5 bilhões

Principal executivo: Lorival Luz

A BRF surgiu em 2009 pela fusão de duas concorrentes. A Perdigão, fundada em 1930 em Videira (SC), e a Sadia, que surgiu na década seguinte em Concórdia, também em Santa Catarina. Como resultado da fusão, a BRF é uma das maiores empresas de alimentos do mundo e é a maior exportadora de carne de frango do Brasil. Possui mais de 30 marcas em seu portfólio. Nos últimos anos, as ações da companhia vêm sendo prejudicadas por mudanças na gestão, que privilegiaram o aspecto financeiro e abriram espaço para que a concorrência crescesse, em especial no segmento de alimentos processados. Em 2019, a BRF enfrentou a alta das commodities no mercado internacional, que pressionou suas margens de lucro. Houve rumores de que a companhia estava negociando uma fusão com a Marfrig, mas as conversas não prosperaram.

10. COPERSUCAR

Setor: bioenergia

Fundação: 1959, em São Paulo (SP)

Receita: R$ 29,9 bilhões

Principal executivo: João Teixeira

É a maior cooperativa brasileira e possui um modelo de negócios único no setor sucroenergético, que inclui todos os elos da cadeia de açúcar e etanol, desde o acompanhamento da safra no campo até os mercados finais, incluindo armazenamento, transporte e comercialização. No último ano-safra, produziu 3,7 milhões de toneladas de açúcar – 1,9 milhão foi exportado e 1,8 milhão foi vendido no mercado interno. A produção de etanol também foi significativa, com 5 bilhões de litros comercializados. Desse total, 4,7 bilhões destinaram-se ao mercado interno. Desde 2012, a Copersucar tem uma participação no capital da trading Eco-Energy, que no ano-safra mais recente movimentou 9,2 bilhões de litros de etanol, principalmente no mercado americano.

11. SUZANO

Setor: celulose, madeira e papel

Fundação: 1924, em São Paulo (SP)

Receita: R$ 26,0 bilhões

Principal executivo: Walter Schalka

A maior empresa de celulose do Brasil tem a expectativa de que haja uma retomada de preços no curto prazo. Além disso, a expansão da oferta gerará uma competição mais acirrada. Isso deve beneficiar a Suzano, que tem custos de produção entre os menores do mundo e mantém uma forte geração de caixa mesmo em períodos de baixa das cotações internacionais. Quando equacionar sua dívida elevada, poderá iniciar o investimento da planta em Ribas do Rio Pardo (MS). Com uma distância de apenas 60 quilômetros entre a fábrica e a floresta, o chamado projeto l tem potencial de ser um dos mais competitivos do mercado, consolidando a empresa como o produtor de menor custo.

12. COFCO INTERNATIONAL BRASIL

Setor: tradings

Fundação: 1949, em Pequim (China). No Brasil desde 1974

Receita: R$ 23,8 bilhões

Principal executivo: Philip Xu

Fundada em 1949 logo após a Revolução Comunista na China, a Cofco foi, durante décadas, a única estatal importadora e exportadora de produtos e insumos agrícolas da China. Atualmente, é uma das maiores tradings do mundo. Em 2019, a empresa transportou 106 milhões de toneladas de soja, grãos, açúcar, algodão e café. A Cofco iniciou suas atividades comprando soja brasileira em 1974, após o restabelecimento de relações diplomáticas entre China e Brasil. No ano passado, a companhia ampliou suas atividades no Brasil, aumentando seus investimentos em armazenagem e processamento de grãos.

13. LOUIS DREYFUS

Setor: tradings

Fundação: 1851, na Alsácia (França). No Brasil desde 1942

Receita: R$ 20,6 bilhões

Principal executivo: Murilo Parada

Criada em 1851 na região francesa da Alsácia e dedicada a exportar trigo da França para a Suíça, a Louis Dreyfus é hoje uma das principais companhias dedicadas à comercialização e ao processamento de grãos. É também uma das poucas empresas centenárias cujo controle permanece com a família fundadora. No Brasil desde 1942, aonde chegou por meio da aquisição da Coinbra, a Louis Dreyfus atua em café, algodão, grãos, sucos, oleaginosas, arroz e açúcar, sendo uma das dez maiores exportadoras do Brasil. A companhia opera cerca de 60 unidades industriais e logísticas no país e emprega 11 mil pessoas. Entrou no mercado de milho processado no Brasil com a aquisição da Kowalski Alimentos, operando as duas maiores fábricas de processamento de milho seco no país. Além disso, as atividades incluem unidades de processamento, armazéns, estações de transbordo e terminais portuários, além de uma frota de empurradores e barcaças fluviais.

14. AMAGGI

Setor: grãos e óleos

Fundação: 1977, em São Miguel do Iguaçu (PR)

Receita: R$ 18,8 bilhões

Principal executivo: Judiney Carvalho

O grupo Amaggi foi um dos pioneiros na produção de soja em larga escala no Mato Grosso. O grupo adquiriu as primeiras terras no estado em 1979. Atualmente, além de ser o maior produtor de soja de capital 100% nacional, o grupo atua em outras três áreas: trading, logística e energia. Na trading, o grupo exporta soja e milho e importa e distribui insumos agrícolas, com escritórios e representações na Argentina, Paraguai, Holanda, Suíça e China. Na logística, o grupo criou e administra o Corredor Noroeste de Exportação, formado pelos rios Madeira e Amazonas, por onde são escoados os grãos das regiões noroeste de Mato Grosso e sul de Rondônia. Na energia, o grupo tem capacidade de gerar 70 megawatts por meio de cinco Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) instaladas no Mato Grosso e de uma usina termoelétrica instalada em Itacoatiara (AM).

15. MINERVA FOODS

Setor: proteína animal

Fundação: 1957, em Barretos (SP)

Receita: R$ 17,1 bilhões

Principal executivo: Fernando Galetti de Queiroz

A Minerva Foods vem se destacando no cenário do agronegócio brasileiro por suas técnicas de gestão. A companhia não é a maior produtora de proteína animal do país, mas é uma das principais exportadoras e tem sido bem-sucedida em fechar parcerias fora do Brasil. Em 2019, antes da pandemia, ela estabeleceu parcerias com empresas chinesas para explorar oportunidades de exportação de carne para o mercado chinês. A companhia destaca-se pela sustentabilidade. Em 2019, ela atingiu metas como a redução de 6,5% no consumo de água e de 5% em energia elétrica por tonelada de proteína produzida. No ano, a Minerva Foods ainda reciclou cerca de 3 mil toneladas de resíduos sólidos só no Brasil. Considerando todas as suas plantas na América do Sul, a companhia também promoveu a redução de 41% nas emissões de GEE (Gases de Efeito Estufa), contribuindo para o combate às mudanças climáticas.

16. COAMO

Setor: cooperativas

Fundação: 1970, em Campo Mourão (PR)

Receita: R$ 13,2 bilhões

Principal executivo: José Aroldo Gallassini

Fundada em 28 de novembro de 1970 por um grupo de 79 agricultores em Campo Mourão, na região centro-oeste do Paraná, a Coamo conta com 110 unidades localizadas em 71 municípios de Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, para recebimento da produção agrícola dos mais de 29 mil associados. Emprega cerca de 8 mil funcionários efetivos. Em 2019, ela respondeu por 3,1% da produção brasileira de grãos. A cooperativa tem uma capacidade de armazenagem de 6,59 milhões de toneladas. O principal produto é a soja, seguida pelo milho, trigo e café. A Coamo tem um terminal marítimo em Paranaguá e dois parques industriais, no Paraná e no Mato Grosso do Sul, onde esmaga soja e produz gorduras vegetais, além de torrar e moer café, moer trigo e fiar algodão.

17. GAVILON DO BRASIL

Setor: tradings

Fundação: 1874, em Sioux City (EUA). No Brasil desde 2013

Receita: R$ 10,6 bilhões

Principal executivo: Marcelo Grimaldi

Fundada como uma trading no Meio-Oeste americano para negociar com grãos com o nome de F. H. Peavey, a empresa permaneceu com os fundadores por mais de cem anos, até 1982, quando foi comprada pela americana ConAgra Foods. Posteriormente, a Gavilon foi adquirida, em 2013, pela trading japonesa Marubeni, que já tinha operações no Brasil. A companhia é uma das maiores tradings nacionais e uma das líderes na exportação de soja. As vendas de soja da Gavilon do Brasil para a China, maior exportador e importador do mundo, respectivamente, aumentaram mais de 20 vezes em quatro anos, para 4,5 milhões de toneladas em 2019, tornando-o o quinto maior player no negócio.

18. TEREOS

Setor: bioenergia

Fundação: 1932, em Aisne (França). No Brasil desde 2002

Receita: R$ 10,5 bilhões

Principal executivo: Pierre Santoul

Fundada por uma cooperativa de cultivadores de beterraba no noroeste da França para produzir açúcar, a Tereos é a terceira maior empresa de açúcar e etanol do mundo. Iniciou seu processo de internacionalização nos anos 1990 e chegou ao Brasil no fim de 1999 por meio de um investimento na Cosan. Dois anos depois, ela comprou uma companhia francesa controladora da Açúcar Guarani, ainda hoje seu principal ativo no Brasil. Além da Guarani, a Tereos no Brasil é composta pela Tereos Açúcar & Energia Brasil, Tereos Amido & Adoçantes Brasil e Tereos Commodities Brasil. Ela possui sete unidades de processamento e duas refinarias e unidades de fabricação de produtos derivados de milho e mandioca. A Tereos Commodities Brasil opera como trading e mantém escritórios em sete países.

19. KLABIN

Setor: celulose, madeira e papel

Fundação: 1890, em São Paulo (SP)

Receita: R$ 10,3 bilhões

Principal executivo: Cristiano Teixeira

Uma das maiores e mais antigas fábricas de papel e papelão do Brasil, a Klabin começou como uma papelaria em São Paulo, fundada pelo imigrante lituano Mauricio Freeman Klabin. Suas atividades abrangem quatro áreas: florestal, celulose, papéis e embalagens. Possui 24 unidades industriais no Brasil e uma na Argentina, e emprega 23 mil pessoas, entre funcionários diretos e indiretos. Em 2019, a empresa lançou o Projeto Puma II, que compreende a construção de duas máquinas de papel para embalagens (kraftliner), com produção de celulose integrada, em Ortigueira (PR). Serão instaladas duas máquinas de papel, a primeira a ser entregue em 2021, com capacidade de 450 mil toneladas por ano, e a segunda prevista para 2023, com capacidade para 470 mil toneladas por ano. Os investimentos totais serão de R$ 9,1 bilhões.

20. AURORA

Setor: cooperativas

Fundação: 1969, em Chapecó (SC)

Receita: R$ 9,9 bilhões

Principal executivo: Neivor Canton

Nasceu da união de oito cooperativas do oeste de Santa Catarina. A intenção era melhorar as condições de comercialização de grãos e permitir a compra de um frigorífico que absorvesse a produção de suínos dos cooperados. É uma das líderes na produção de proteína animal no Brasil, além de ser produtor e exportador de grãos. São 11 cooperativas associadas, 30 mil empregados diretos e 10 mil indiretos. As unidades localizam-se em Santa Catarina, no Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. São sete unidades de suínos, que processam 5,2 milhões de cabeças por ano, e oito de aves, que abatem 242,6 milhões de cabeças por ano. Em 2019, autorizou investimentos em sua sétima unidade produtora de ração. As seis unidades existentes têm capacidade para 175 mil toneladas por mês em ração para aves e suínos.

21. C .VALE

Setor: cooperativas

Fundação: 1963, em Palotina (PR)

Receita: R$ 8,9 bilhões

Principal executivo: Alfredo Lang

A C.Vale é uma cooperativa agroindustrial com atuação no Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Paraguai. Tem 156 unidades de negócios, 23 mil associados e emprega 11 mil funcionários. Produz soja, milho, trigo, mandioca, leite, frango, peixe e suínos, com a capacidade de abater 600 mil frangos por dia. No segmento industrial, produz amido modificado de mandioca e rações. Comercializa insumos, peças e acessórios, revende máquinas agrícolas e mantém uma rede de supermercados com oito lojas no Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Foi fundada por um grupo de 24 agricultores paranaenses com dificuldades para armazenar a produção, escoar a safra e obter crédito e assistência técnica. Em 2019, obteve o maior faturamento de sua história – as receitas vêm crescendo ano após ano desde 2010.

22. BAYER

Setor: agronegócio indireto

Fundação: 1863, em Wuppertal (Alemanha). No Brasil desde 1896, em São Paulo (SP)

Receita: R$ 8,5 bilhões

Principal executivo: Marc Reichardt

Fundada na Alemanha como uma pequena fábrica de corantes, a Bayer logo se consolidou como uma indústria química. Foi uma das primeiras empresas alemãs a se internacionalizar, iniciando esse processo em 1881. Quinze anos depois, a companhia inaugurava sua subsidiária brasileira, também focada em corantes e tintas. Quase 125 anos depois, a Bayer é uma das líderes do agronegócio brasileiro. Além das atividades conhecidas de medicamentos e produtos químicos, a empresa atua no setor por meio de sua subsidiária Bayer CropScience. Em 2018, ela expandiu significativamente suas atividades com a aquisição da americana Monsanto, uma das pioneiras no desenvolvimento de sementes transgênicas.

23. LAR COOPERATIVA

Setor: cooperativas

Fundação: 1964, em Missal (PR)

Receita: R$ 6,7 bilhões

Principal executivo: Irineo da Costa Rodrigues

Foi fundada na antiga Gleba dos Bispos, hoje Missal (PR), por um grupo de 55 agricultores de ascendência alemã oriundos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Originalmente produzindo apenas para subsistência, nas décadas seguintes passaria a atuar na avicultura, na suinocultura e na pecuária leiteira. Também há atividades industriais, com o beneficiamento de alimentos, a produção de rações, o tratamento de madeiras e a produção de leitões, pintainhos e sêmen. As atividades da Lar se estendem em 28 unidades nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, e também no Paraguai. Tem 10 mil associados e emprega 13 mil funcionários. Além das unidades produtivas, a Lar administra uma rede de 13 supermercados e sete postos de combustível.

24. BIOSEV

Setor: bioenergia

Fundação: 2000, em Leme (SP)

Receita: R$ 6,6 bilhões

Principal executivo: Juan José Blanchard

A Biosev surgiu da decisão do grupo Louis Dreyfus de diversificar suas atividades, investindo na geração de bioenergia por meio da aquisição da usina Cresciumal. A companhia ampliou suas atividades principalmente por aquisições, mas também por meio da construção de usinas. Com o passar dos anos, elevou sua capacidade anual de processamento de 900 mil tonela-das para 31,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Possui oito unidades agroindustriais em operação nos estados de São Paulo, do Mato Grosso do Sul e de Minas Gerais, além de um terminal próprio no porto de Santos (SP), empregando mais de 10 mil colaboradores. Neste ano, a Biosev interrompeu uma sequência de resultados negativos e lucrou R$ 423,6 milhões no segundo trimestre da safra 2020/21. O resultado foi sustentado pelo forte movimento de exportação de açúcar e etanol.

25. M. DIAS BRANCO

Setor: moinhos e massas

Fundação: 1936, em Eusébio (CE)

Receita: R$ 6,1 bilhões

Principal executivo: Francisco Ivens De Sá Dias Branco Júnior

Dona de 19 marcas de alimentos, entre elas Adria, Vitarella, Piraquê, Basilar, Zabet Isabela e Fortaleza, a M.Dias Branco, companhia que fabrica, comercializa e distribui biscoitos, massas, bolos, lanches, farinha de trigo, margarinas e gorduras vegetais, alcançou um feito histórico em seu desempenho, ao anunciar um recorde para a sua receita líquida trimestral. Foram R$ 2 bilhões no terceiro trimestre de 2020. O lucro líquido cresceu 97,3% nesse período. Fruto de investimento contínuo, em 2019 a empresa avançou 1,1% em receita, na comparação com o ano anterior. Hoje comandada por Francisco Ivens De Sá Dias Branco Júnior, terceira geração da família, a companhia que nasceu de uma padaria na capital cearense tornou-se líder nacional na produção de massas e biscoitos. Para chegar a esse posto, apostou na verticalização, em marcas consolidadas e, nos últimos tempos, em uma forte linha de exportações – em cinco anos, elas saltaram de R$ 23,4 milhões para R$ 62,2 milhões (2019). Neste ano, o acumulado já é recorde, com R$ 174,7 milhões em produtos vendidos.

26. CAMIL ALIMENTOS

Setor: grãos e óleos

Fundação: 1963, em Itaqui (RS)

Receita: R$ 4,8 bilhões

Principal executivo: Luciano Maggi Quartiero

Arroz e feijão já não definem a Camil Alimentos há muito tempo. Além da própria marca, a empresa detém outros nomes consagrados em açúcar, pescado e biscoitos, como Coqueiro, União, DaBarra, Pai João e Carreteiro. Também é dona de marcas como Costeño, Saman e Tucapel na América do Sul. A Camil trilha um caminho de crescimento contínuo, reforçado em 2017 pela abertura de capital. Na oferta inicial de ações, cada uma valia R$ 9. Em novembro de 2020 elas passavam de R$ 11, uma valorização acima de 25%. A trajetória de investimentos prossegue. No ano passado, a Camil investiu R$ 22 milhões para construir sua 12ª fábrica no país e a segunda no Nordeste, em Suape (PE), com capacidade de processar 10 mil toneladas de arroz, feijão e açúcar por mês. No ano anterior, ela havia comprado a SLC Alimentos, uma das maiores empresas de grãos do Brasil, avaliada em R$ 308 milhões na época. Em abril deste ano, assumiu a unidade produtora de feijão da Castrolanda, cooperativa paranaense com foco em proteína animal.

27. COOPERCITRUS

Setor: cooperativas

Fundação: 1976, em Bebedouro (SP)

Receita: R$ 4,6 bilhões

Principal executivo: Fernando Degobbi

A Coopercitrus é uma potência como organização cooperativista. Desde que foi criada, expandiu sua atuação para grãos (café e milho), açúcar, produção de sementes de soja e processamento, insumos, ração animal, concessionárias de máquinas agrícolas, lojas de conveniência, shoppings rurais e postos de combustíveis. Na base desse movimento estão cerca de 35 mil agropecuaristas nos estados de São Paulo, Minas e Goiás, que dispõem de cerca de 60 filiais destinadas ao apoio técnico e estruturas de atendimento a esses cooperados. Mas a cooperativa não é apenas uma estrutura física. A principal função é levar conhecimento ao campo, para que a gestão dos milhares de cooperados seja sustentável. Nessa direção, no ano passado, a cooperativa criou mais um braço, a Fundação Coopercitrus Credicitrus, entidade de ensino, pesquisa, educação e difusão de novas tecnologias. Um novo prédio, que vai abrigar o setor educacional, está previsto para ser entregue em julho de 2021.

28. ATVOS AGROINDUSTRIAL

Setor: bioenergia

Fundação: 2007, em São Paulo (SP)

Receita: R$ 4,6 bilhões

Principal executiva: Juliana Baiard

Qualquer que seja o destino da Atvos Agroindustrial, controlada pela Odebrecht e em processo de recuperação judicial, a Atvos deve manter uma forte presença no agronegócio. Com nove usinas sucroalcooleiras em São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, na safra passada a companhia processou 26,9 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, 200 mil toneladas acima da safra anterior. Das terras próprias saíram 66% do produto processado, ficando o restante com agricultores parceiros. O cultivo total toma 70 mil hectares. O etanol é o principal produto comercializado. A Atvos é a segunda maior produtora do país, com 2 bilhões de litros do biocombustível na safra encerrada. Além disso, o processamento de açúcar rendeu 235 mil toneladas e a energia cogerada do bagaço da cana foi de 2,8 mil gigawatts-hora (GWh). Com dívidas da ordem de R$ 15 bilhões, a empresa vem criando mecanismos de fortalecimento de sua governança, como um Conselho de Administração, no qual a maior parte de seus integrantes são independentes da companhia.

29. COMIGO

Setor: cooperativas

Fundação: 1975, em Rio Verde (GO)

Receita: R$ 4,5 bilhões

Principal executivo: Antonio Chavaglia

O que começou com 50 produtores dispostos a mudar o perfil de uma região reúne hoje 8.500 no corpo da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano, a Comigo. Aos 45 anos, é uma potência instalada em Rio Verde, município que ocupa o quinto lugar no ranking nacional do valor de produção agrícola, segundo o IBGE. A estimativa para Goiás é que esse valor chegue a R$ 61,9 bilhões, acima de 10% ante 2019. A estrutura da Comigo comporta 11 processadoras de óleo de soja, mais farelo de soja, fertilizantes, rações, suplementos minerais e sementes. Além disso, possui 20 armazéns para 1,8 milhão de toneladas de grãos, 16 lojas agropecuárias e a sua “menina dos olhos” que atende pelo nome de Instituto de Ciência e Tecnologia (ITC).

30. COCAMAR AGROINDUSTRIAL

Setor: cooperativas

Fundação: 1963, em Maringá (PR)

Receita: R$ 4,4 bilhões

Principal executivo: Divanir Higino

Com 15 mil cooperados que produzem soja, milho, trigo, café e laranja, a Cocamar já não atua apenas no Paraná. Ela também está em São Paulo e Mato Grosso do Sul. Na agroindústria, a diversificação vai do processamento de bebidas, torrefação, envase de óleos, etanol, bioinsumos, suplementos e ração animal, até o tratamento de madeira e indústria têxtil. O planejamento 2020-2025 prevê dobrar a receita anual e chegar R$ 10 bilhões. Para isso, a Cocamar deve investir R$ 1 bilhão em estruturas de armazenagem, lojas de insumos e instalações diversas – e continuar mantendo um dos principais projetos de incentivo da adoção do Sistema ILPF (Integração lavoura-pecuária-floresta) na região do Arenito Caiuá. São 107 municípios paranaenses, com 3,2 milhões de hectares em áreas de solos pobres, mas que podem ser revertidas com a técnica.

31. ELDORADO BRASIL CELULOSE

Setor: celulose, madeira e papel

Fundação: 2005, em Três Lagoas (MS)

Receita: R$ 4,3 bilhões

Principal executivo: Aguinaldo Gomes Ramos Filho

A Eldorado processou, no ano passado, 1,7 milhão de toneladas de celulose de fibra curta a partir de eucalipto, mas a meta é dobrar a produção. A empresa de capital brasileiro, canadense e francês prepara uma segunda linha em sua fábrica, um projeto de R$ 10 bilhões para elevar a capacidade a 4,2 milhões de toneladas. As obras, iniciadas em 2015, estão praticamente prontas. No campo, a Eldorado administra 222 mil hectares de áreas produtivas e 129 mil de áreas de conservação. Mas, com a segunda linha em operação plena, serão necessários 400 mil hectares cultivados com eucalipto. O Brasil está entre os maiores produtores e encabeça a lista dos exportadores globais de celulose. No ano passado foram 19,6 milhões de toneladas de celulose, das quais 14,7 milhões, exportadas. No médio prazo, até 2030, a estimativa é de que país exporte 20,3 milhões de toneladas.

32. COOXUPÉ

Setor: cooperativas

Fundação: 1932, em Guaxupé (MG)

Receita: R$ 4,2 bilhões

Principal executivo: Carlos Augusto Rodrigues de Melo

A Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé agrega 15 mil cooperados, sendo 95% deles pequenos produtores espalhados em cerca de 200 municípios das regiões do sul de Minas, do Cerrado mineiro e do Vale do Rio Pardo, em São Paulo. No Brasil há 97 cooperativas de café, e a Cooxupé é a maior delas. No ano passado embarcou 5,5 milhões de sacas para 51 países, o que a coloca na posição de maior exportadora individual de café do mundo. Além disso, tem uma forte atuação no setor de cafés finos, especiais e certificados, por meio da empresa SMC, criada em 2009. Para dar conta da demanda, incluindo a do mercado interno, os cooperados produziram, em 2019, um volume de 5,1 milhões de sacas e outro tanto igual foi comprado no mercado.

33. BIANCHINI

Setor: grãos e óleos

Fundação: 1960, em Bento Gonçalves (RS)

Receita: R$ 4,2 bilhões

Principal executivo: Antônio Bianchini

A empresa nasceu da sociedade de três amigos e completa meio século neste ano. É uma processadora de soja que produz óleo, farelo e biodiesel. Tem dez unidades de recebimento, duas fábricas e um complexo exportador no porto de Rio Grande, um dos importantes canais de escoamento da produção de commodities agrícolas. O terminal da Bianchini, que recebe produtos por caminhões e trens, pode armazenar soja (grão, óleo e farelo), além de milho, trigo e arroz em casca. O volume de armazenagem é de 1,2 milhão de toneladas de farelos e grãos e 115 mil toneladas de óleos vegetais. Por causa de sua estrutura, a empresa também se tornou uma grande prestadora de serviços ao agronegócio, com capacidade de embarque em navios oceânicos da ordem de 3 mil toneladas/hora.

34. COPACOL

Setor: cooperativas

Fundação: 1963, em Cafelândia (PR)

Receita: R$ 4,1 bilhões

Principal executivo: Valter Pitol

O que fazer quando falta o básico, como energia elétrica? A Cooperativa Agroindustrial Consolata, a Copacol, nasceu dessa demanda e da vontade de um padre e de 32 agricultores migrantes de Santa Catarina e Rio Grande do Sul para o Paraná. Na época, eles produziam feijão, arroz, milho e café. Hoje, com 6 mil cooperados, a Copacol é um complexo que produz soja, milho e trigo como principais culturas, mais aves, suínos, bovinos de leite, peixes e ração animal. No ano passado foram abatidos 172 milhões de aves, 42 milhões de peixes (14,9 mil toneladas) e 335 mil suínos, além da produção de 11,3 milhões de litros de leite. Para manter suas indústrias e estruturas de comércio, a Copacol gera 10 mil empregos diretos. Eles são necessários para processar alimentos e colocá-los no atacado e em supermercados próprios.

35. CARAMURU ALIMENTOS

Setor: grãos e óleos

Fundação: 1964, em Maringá (PR)

Receita: R$ 4,1 bilhões

Principal executivo: Alberto Borges de Souza

A Caramuru se tornou uma das maiores empresas de capital nacional no processamento de soja, milho, girassol e canola. A empresa – que industrializa grãos, vende no mercado, exporta seus derivados e produz biodiesel – opera no estado de Goiás, para onde mudou a sede ainda nos anos 1970, mais Paraná, Mato Grosso e São Paulo. São 67 armazéns com capacidade superior a 2 milhões de toneladas de grãos, 11 unidades processadoras e terminais portuários em Santos (SP) e Tubarão (ES) e pelo arco norte por Itaituba (PA) e Santana (AP). Além da exportação, no mercado interno é uma fornecedora de matéria-prima para fabricantes de massas, biscoitos, snacks, corn flakes e segmentos, como cervejarias, mineradoras e indústrias de ração. Os grãos processados pela Caramuru saem de cerca de 14 mil propriedades rurais de 5.500 produtores.

36. TRÊS CORAÇÕES ALIMENTOS

Setor: bebidas, café e sucos

Fundação: 1959, em São Miguel (RN)

Receita: R$ 4,0 bilhões

Principal executivo: Pedro Lima

Maior empresa do segmento de cafés no país, começou o ano de 2020 realizando sua maior aquisição no mercado local. O grupo comprou a divisão de café torrado e moído da Mitsui Alimentos, subsidiária da Mitsui & Co. Ltd., no Japão, e da Mitsui & Co. Brasil, um negócio avaliado em R$ 210 milhões. Esse movimento coloca a companhia como dona de 29 marcas de cafés, além de máquinas multibebidas, achocolatados, refrescos, temperos e produtos derivados de milho. Aquisições têm sido o modelo de crescimento do grupo fundado por João Alves de Lima, hoje com seus herdeiros sob o chapéu da São Miguel Holding, que detém 50% das ações, e da israelense Strauss, com os outros 50%. A companhia também exporta cafés para os principais mercados da América Latina, além de EUA, Japão e China.

37. BELAGRÍCOLA

Setor: grãos e óleos

Fundação: 1985, em Bela Vista do Paraíso (PR)

Receita: R$ 4,0 bilhões

Principal executivo: Flávio Barbosa Andreo

De olho no potencial do agro brasileiro, em 2017 os chineses da Dakang International Food & Agriculture, braço brasileiro do Shanghai Pengxin, compraram 53,99% da Belagrícola, com uma condição: que os herdeiros do fundador, João Andreo Colofatti, permanecessem na gestão do negócio. O passo dado pela família abriu um canal direto de venda ao país asiático para grãos, especialmente soja e milho. Atuando no Paraná, São Paulo e Santa Catarina, a empresa possui 38 unidades de recebimento de grãos, 55 lojas de insumos e emprega 1.600 funcionários. O negócio vai da venda da semente à compra da produção. Uma de suas políticas mais fortes é o incentivo ao uso do barter (permuta) pelos produtores. Na troca de grãos por produtos e serviços, o agri-cultor trava seus custos e a empresa garante as commodities na sua carteira.

38. SÃO MARTINHO

Setor: bioenergia

Fundação: 1907, em Pradópolis (SP)

Receita: R$ 3,7 bilhões

Principal executivo: Fábio Venturelli

Controlado pela holding LJN Participações, da família Ometto, o grupo sucroalcooleiro São Martinho é um gigante do setor de bioenergia. Listado no Novo Mercado da B3, seu valor de mercado é da ordem de R$ 8,5 bilhões. Na safra encerrada, processou 22,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, um recorde em sua história. E exportou um total de 913 mil MWh de energia elétrica. O grupo detém três unidades de produção em São Paulo e uma em Goiás. As lavouras ocupam 350 mil hectares. Embora a atividade principal seja o processamento de açúcar e etanol, o mais recente plano do grupo prevê um investimento da ordem de R$ 350 milhões até 2022, destinado à cogeração de energia em sua principal usina, a de Pradópolis, no interior paulista.

39. COOPER ALFA

Setor: cooperativas

Fundação: 1967, em Chapecó (SC)

Receita: R$ 3,5 bilhões

Principal executivo: Romeo Bet

Com 20 mil produtores baseados no oeste de Santa Catarina e um pequeno braço em Mato Grosso do Sul, a Cooperativa Agroindustrial Alfa apoia suas atividades no tripé grãos, pecuária e insumos. Entre lojas, silos, supermercados, moegas, granjas, centros de distribuição, indústrias processadoras, postos de combustíveis e insumos, como fertilizantes, sementes e rações, a cooperativa opera 219 negócios. No ano passado, os produtores entregaram 22,4 milhões de sacas de cereais, entre soja, milho trigo e feijão, e produziram 1,3 milhão de suínos e 103,8 milhões de aves, além de 143,5 milhões de litros de leite. Formado por pequenos e médios produtores, além do recebido pela entrega dos cultivos, no ano passado, a cooperativa distribuiu R$ 149 milhões como sobra de caixa, o que nas empresas privadas seria o repasse de lucros.

40. LATICÍNIOS BELA VISTA

Setor: laticínios

Fundação: 1955, em Piracanjuba (GO)

Receita: R$ 3,5 bilhões

Principal executivo: Marcos Helou

Nascido como Piracanjuba, nome que levou a marca a ser conhecida, o grupo Bela Vista tornou-se uma das maiores empresas de laticínios do país. São sete marcas mães e cerca de 160 produtos, com laticínios nos estados de Goiás, o berço da empresa, Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná. No ano passado, 8.300 pecuaristas entregaram nas unidades do grupo 1,4 bilhão de litros de leite, volume 5,1% acima do ano anterior. Em recepção de leite, a empresa criada pelos irmãos César e Marcos Helou só fica atrás da suíça Nestlé. No ano passado, os irmãos assumiram a produção e o comércio das marcas Molico e Ninho, licenciadas da Nestlé. Neste ano, passaram a responder pelo total das operações do laticínio de Carazinho (RS), onde esses produtos são processados.

41. AGRÁRIA

Setor: cooperativas

Fundação: 1951, em Guarapuava (PR)

Receita: R$ 3,4 bilhões

Principal executivo: Jorge Karl

A Agrária é uma cooperativa agroindustrial, com origem em uma colônia de alemães que vieram para o Brasil. Na época, eram 500 famílias fugindo dos conflitos da Segunda Guerra Mundial. Hoje, a Agrária reúne 632 produtores de soja, milho, trigo e criação de animais. Na estrutura estão unidades de negócios – com fábricas, estrutura logística e comercial – nos setores de malte para a indústria cervejeira, óleos e farelos, farinhas, nutrição animal, sementes e processados de milho, como grits, flakes, fubás, cremes e gérmen. A cooperativa também comercializa suínos, leite e grãos produzidos pelos cooperados. Para desenvolver e adaptar tecnologias às suas cadeias produtivas, o apoio vem da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (Fapa). Como uma nova cultivar (variedade) de cevada, apresentada no ano passado, depois de quase dez anos de pesquisa.

42. CASTROLANDA

Setor: cooperativas

Fundação: 1951, em Castro (PR)

Receita: R$ 3,4 bilhões

Principal executivo: Willem Berend Bouwman

Um moinho de vento, imagem que remete aos países nórdicos europeus, é símbolo de uma das marcas mais lembradas do cooperativismo brasileiro: a Castrolanda. É dona de 12 marcas que processam produtos do campo de 1.100 cooperados – entre elas estão produtos lácteos, processados de suínos e cortes de carne de cordeiro. O perfil dos produtores é variado, indo de grandes produções a agricultura familiar. Nos últimos anos, a Castrolanda deu um passo importante rumo a uma gestão de negócios bastante ousada. Junto com outras duas cooperativas paranaenses, a Frísia e a Capal, foi criada uma holding destinada a obter ganhos de escala. Juntando as três cooperativas para produtos em grãos e proteína animal, são 5.100 cooperados que produzem para o mercado interno e já exportam para 25 países.

43. INTEGRADA COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL

Setor: cooperativas

Fundação: 1995, em Londrina (PR)

Receita: R$ 3,3 bilhões

Principal executivo: Jorge Hashimoto

No ano passado, a Integrada Cooperativa Agroindustrial conseguiu dois feitos em sua história: ultrapassou a marca de 10 mil cooperados e bateu recorde de faturamento ao emplacar uma receita de R$ 3,25 bilhões. Nos estados do Paraná e de São Paulo estão instaladas 64 unidades de recebimento de produtos agrícolas, sendo os principais soja, milho, trigo, café e laranja. Somente de grãos, a cooperativa recebe mais de 2,5 milhões de toneladas por ano. Há ainda o complexo que faz parte do corpo cooperativista, como assistência, pesquisa e toda uma gama de negócios construídos para dar suporte à produção, entre eles unidades de beneficiamento, revenda de máquinas e unidades industriais de milho, suco de frutas e ração animal.

44. BSBIOS BIODIESEL

Setor: bioenergia

Fundação: 2005, em Passo Fundo (RS)

Receita: R$ 3,0 bilhões

Principal executivo: Erasmo Carlos Battistella

No Brasil há 58 usinas de biodiesel a partir de vários tipos de matéria-prima, sendo os principais a soja e sebo animal. A BSBios está entre as maiores na produção nacional de biodiesel, com duas unidades: em Passo Fundo (RS) e Marialva (PR). O processamento de soja, matéria-prima do biodiesel da BSBios, é superior a 1 milhão de toneladas anuais. Além do diesel renovável, a empresa entrega como produtos coligados o farelo de soja, a glicerina e a borra, um subproduto do óleo vegetal. Neste ano, entrou em vigor no país a elevação da mistura obrigatória de biodiesel no diesel de petróleo para 12%, o chamado B12. Em 2019, o consumo foi de 5,84 bilhões de litros. A estimativa no início do ano era adicionar 1,4 bilhão de litros de capacidade em 2020. A logística e o transporte estão entre os setores que retomaram rapidamente o impacto inicial da pandemia.

45. CITROSUCO

Setor: bebidas, café e sucos

Fundação: 1963, em Matão (SP)

Receita: R$ 2,9 bilhões

Principal executivo: Mário Bavaresco Junior

Subsidiária do Grupo Votorantim, é a maior exportadora global de suco de laranja concentrado. Vende, também, subprodutos industrializados da fruta, como ração animal e óleos essenciais. Os maiores mercados da companhia são os Estados Unidos e países europeus. Mas, no total, são cerca de 100 países compradores, como Austrália, Japão e China. Os chineses continuam na mira da indústria, porque apenas 5% da laranja produzida no país vira suco. A Citrosuco possui 29 fazendas de produção em São Paulo e Minas Gerais. Também há quatro unidades processadoras, sendo uma em Lake Wales, nos EUA. Para dar conta da presença global, a empresa dispõe de cinco navios próprios dedicados e um multicarga. Além do porto de Santos, há terminais próprios em Wilmington (EUA), Gent (Bélgica), Toyohashi (Japão) e Newcastle (Austrália).

46. COOPERATIVA FRÍSIA

Setor: cooperativas

Fundação: 1925, em Carambeí (PR)

Receita: R$ 2,9 bilhões

Principal executivo: Renato Greidanus

No dia 1º de agosto, a Frísia Cooperativa Agroindustrial completou 95 anos. É a mais antiga organização desse setor em atividade no Paraná e a segunda mais antiga no país. Estão ligados à cooperativa 857 produtores em cerca de 30 municípios paranaenses e em 16 municípios no Tocantins, aonde ela chegou em 2016. Atualmente, 64 cooperados locais produzem 70 mil toneladas de soja e milho, em 30 mil hectares. No total, no ano passado, os cooperados entregaram 253 milhões de litros de leite e 27,1 mil toneladas de carne suína. Os cultivos foram de 122 mil hectares para soja, 23 mil hectares para milho, 36,5 mil hectares para o trigo e 5.600 hectares de feijão. Nos produtos industrializados, a marca Batavo é a mais conhecida pelo consumidor das grandes cidades.

47. FRIMESA

Setor: proteína animal

Fundação: 1977, em Medianeira (PR)

Receita: R$ 2,8 bilhões

Principal executivo: Valter Vanzella

É a reunião de cinco cooperativas que atuam de forma centralizada nas cadeias de carne suína e de lácteos, formada pela Primato, Copagril, Lar, C.Vale e Copacol, que permanecem com as suas estruturas independentes. Na Frimesa, as unidades industriais entregam cortes de carnes prontos para o consumo, como bacon, hambúrgueres, empanados e linguiças. De frios são presuntos, copas e salames; e em lácteos, além de leite fluido e condensado, há queijos, manteigas, iogurtes, achocolatados e sobremesas. São quatro indústrias no Paraná e uma em Santa Catarina, com produtos para o varejo, food service e exportação.

48. ITAMBÉ ALIMENTOS

Setor: laticínios

Fundação: 1948, em Belo Horizonte (MG)

Receita: R$ 2,7 bilhões

Principal executivo: Alexandre Almeida

Fundada com apoio do governo estadual de Minas Gerais, a Itambé é formada por 31 cooperativas associadas. Emprega 3.500 funcionários diretos em cinco fábricas, que têm a capacidade de processar 3 milhões de litros de leite por dia de 5 mil fornecedores. Possui um portfólio com cerca de 160 produtos, entre leite pasteurizado e longa vida, iogurtes e bebidas lácteas, queijo e manteiga. Em 2019, após disputa judicial de dois anos, o grupo mexicano Lala e o francês Lactalis, dono de marcas globais como Parmalat, Galbani e Président, entraram em acordo, e os franceses adquiriram a totalidade das ações da Itambé no Brasil.

49. GRANOL

Setor: grãos e óleos

Fundação: 1965, em São Paulo (SP)

Receita: R$ 2,7 bilhões

Principal executivo: José Gomes Cadette

A Granol iniciou suas atividades como uma prestadora de serviços de comércio internacional, de assessoria fiscal e financeira e de contratação de fretes internos e marítimos. Atualmente, é uma empresa processadora de soja e dedicada à produção de farelo, óleo, biodiesel e glicerina. A companhia tem 11 unidades produtivas. São cinco fábricas, com capacidade de esmagamento de 3,4 milhões de toneladas de soja por ano; três usinas de biodiesel, com capacidade de pro-cessamento de 1,07 milhão de metros cúbicos por ano; duas usinas de glicerina; uma fábrica de lecitina; e 24 unidades de armazenamento com capacidade para 925,5 mil toneladas de grãos. Tem 1.800 funcionários e 13 mil fornecedores.

50. COOPAVEL

Setor: cooperativas

Fundação: 1970, em Cascavel (PR)

Receita: R$ 2,7 bilhões

Principal executivo: Dilvo Grolli

Fundada por 42 agricultores do oeste do Paraná para facilitar a produção e a comercialização de grãos, a Coopavel é uma das maiores produtoras de frango e derivados. Soma 26 filiais instaladas em 17 municípios das regiões oeste e sudoeste do Paraná. Congrega mais de 5.370 associados e emprega 5.550 colaboradores diretos. As atividades industriais contribuem para 75% desse faturamento, com produtos comercializados em todo o país e no exterior, em países como Holanda, Alemanha, Espanha, Ilhas Canárias, Inglaterra, Uruguai, Chile, Aruba, África do Sul, Croácia, Iraque, Catar, Bahrein, Japão, China, Hong Kong, Emirados Árabes Unidos, Romênia e Macedônia.

51. OLEOPLAN

Setor: grãos e óleos

Fundação: 1979, em Veraneio (RS)

Receita: R$ 2,7 bilhões

Principal executivo: Marcos Merlin Boff

A Oleoplan iniciou suas atividades no fim dos anos 1970 com a aquisição de uma usina de processamento de soja que estava inativa, localizada na cidade gaúcha de Veranópolis. Mais tarde, a companhia avançou ao longo da cadeia produtiva da oleaginosa. Ela soma cerca de 20 filiais para recebimento de grãos, com capacidade total de armazenamento superior a 500 mil toneladas. Tem capacidade para processar 3 mil toneladas de soja por dia. A empresa é a segunda maior produtora brasileira de biodiesel, com capacidade para elaborar 756 milhões de litros por ano. Em 2019, a companhia vendeu 608 milhões de litros, representando 10,1% do mercado brasileiro. Em setembro de 2020, ela solicitou autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para realizar sua abertura de capital.

52. CELULOSE NIPO-BRASILEIRA

Setor: celulose, madeira e papel

Fundação: 1973, em Belo Oriente (MG)

Receita: R$ 2,6 bilhões

Principal executivo: Kazuhiko Kamada

A Celulose Nipo-Brasileira, mais conhecida como Cenibra, foi fundada em setembro de 1973 na pequena cidade de Belo Oriente, leste de Minas Gerais, como uma parceria entre a Vale e a empresa japonesa JPB. Em 2001, com a Vale já privatizada e se concentrando no negócio estratégico do minério, a Cenibra foi adquirida integralmente pela JPB. Em 2019, a companha bateu um novo recorde de produção anual ao alcançar 1,22 milhão de toneladas de celulose branqueada de fibra curta de eucalipto. O valor obtido é 16,7 mil toneladas acima do que havia sido previsto, e cerca de 97% da produção é destinada ao mercado externo, sendo exportada para o Japão, Estados Unidos, China e Europa.

53. USINA ALTO ALEGRE

Setor: bioenergia

Fundação: 1978, em Colorado (PR)

Receita: R$ 2,6 bilhões

Principal executivo: José Francisco Malheiro Junqueira Figueiredo

Também conhecida como Grupo Lincoln Junqueira, a Alto Alegre é participante de relevo no mercado de biocombustíveis. O grupo possui cinco usinas no Centro-Sul e tem um