Para Leonardo Alencar, do Minerva, competitividade frente a outras proteínas deve ajudar
O cenário de fim de ano no Brasil deve ser favorável à carne bovina. Esta é a opinião de Leonardo Alencar, gerente executivo de Business Intelligence do Minerva. Para ele, além da alta de consumo já esperada para a época, a melhora da situação em relação a proteínas substitutas também devem ajudar o setor. “No começo do ano os valores das carnes de frango e suínos estavam muito baixos, mas depois do aumento dos grãos e da greve dos caminhoneiros eles se ajustaram bastante. Temos um cenário de proteínas substitutas em patamares mais normais de mercado, não atrapalhando as vendas de carne bovina”.
Em relação ao consumo, o quarto trimestre do ano costuma ser o melhor momento para o setor no mercado brasileiro. Mesmo com a economia debilitada, Alencar acredita que as vendas de carne bovina estarão firmes no período. “Ficamos com uma dúvida em relação ao cenário econômico do país, mas 2017, em que a situação estava pior, teve final de ano muito forte”. Além disso, a desvalorização do real pode desestimular viagens ao exterior, fortalecendo o consumo interno nas festas de fim de ano.
Por outro lado, a questão cambial pode desfavorecer o mercado interno em relação ao externo na hora do direcionamento da produção. “O câmbio desvalorizado estava favorecendo muito as exportações, então a briga estava injusta, mas com um patamar um pouco mais baixo e a economia aquecendo, vemos o mercado interno respondendo melhor”, afirma Alencar.
Demanda internacional
De acordo com o gerente executivo, a demanda externa por carne surpreendeu esse ano e deve continuar em alta. “A produção foi maior no mundo todo, mas a demanda foi mais forte e tivemos preços melhores esse ano. A China continua crescendo, o Sudeste Asiático também muito forte, e Oriente Médio e Norte da África são muito interessantes”, afirma.
A procura chinesa, por sinal, ainda tem muito espaço para crescer. “A média de consumo mundial de carne bovina é de 10 kg per capita e na China é metade disso. Mesmo que eles não cheguem na média, se forem para 6, 7 kg, pelo tamanho da população, é muita coisa. Isso falando só de volume. Se falarmos de explorarmos outros canais, outros cortes dentro do mercado chinês, há muito potencial”.
Fonte: Portal DBO.