Ronda sanitária em sistemas de terminação intensiva – Minerva Foods | Criando conexões entre pessoas, alimentos e natureza.
Ronda sanitária em sistemas de terminação intensiva

Ronda sanitária em sistemas de terminação intensiva

04/09/2020

Compartilhar em:

As rondas sanitárias são procedimentos padronizados de vistoria e avaliação dos animais nos lotes de confinamento, que visam detectar os principais problemas sanitários nos estágios iniciais.

Morbidade de bovinos em sistemas de confinamento

Qual é a frequência ideal para rondas sanitárias em confinamentos de bovinos?

A frequência das vistorias realizadas nos animais depende do desafio momentâneo na operação:

  • Nos primeiros 20 dias de confinamento:
    • Nesse período, a chance de ocorrência de problemas é grande, portanto, devem ser realizadas pelo menos duas vistorias diárias, entre a manhã e à tarde.
  • Entre o 21º e 40º dias de confinamento:
    • Nesse período, a chance de ocorrência é média. Pode ser feita uma vistoria diária, preferencialmente pela manhã. Se caso for detectado um surto em algum momento, deve-se adotar a prática inicial.

Como fazer a ronda sanitária dentro dos currais de confinamento

Adotar o esquema correto de como deve ser feita a ronda dentro dos currais é outro ponto muito importante para identificação de possíveis problemas sanitários entre os animais. Durante a ronda, é necessário levantar todos os animais que estiverem deitados, pois, somente assim, será possível identificar os doentes.

Toda e qualquer alteração encontrada deve ser anotada para controle e atualização zootécnica. As cadernetas de ronda sanitária são ferramentas simples, porém fundamentais para essa tarefa.

Todo o processo denominado como “Ronda sanitária” tem como objetivo basicamente dois pilares de atuação, sendo eles:

  1. Monitoramento das fezes:

O monitoramento das fezes é realizado para avaliar o aproveitamento da dieta, bem como auxiliar na avaliação da saúde dos animais. Esse monitoramento é feito com a aplicação de escores, variando de 1 a 3, considerando a consistência média dos bolos fecais presentes no piso de cada curral, como exemplificado nas fotos abaixo.

O ideal é que apresentem o valor intermediário, ou seja, as fezes devem ser pastosas, formarem montes e, ao caírem no chão, devem fazer um barulho semelhante ao de bater palmas. A avaliação das fezes pode ser realizada no mesmo horário da leitura de cocho ou durante a realização da ronda sanitária.

  1. Monitoramento das condições de saúde dos animais

É frequente encontrar bovinos com problemas de saúde nos confinamentos. Isso se dá, principalmente, devido à redução na resposta imune, comum em situações estressantes.

Portanto, monitore as condições de saúde de todos os animais, inclusive daqueles que estiverem deitados, levantando-os para melhor inspeção.

Há vários sinais que indicam o comprometimento da saúde dos bovinos, dentre eles destacam-se:

  • Animais isolados do grupo, apáticos e prostrados;
  • Animais que passam muito tempo deitados e são relutantes para se levantar e caminhar;
  • Animais com manqueira ou que apresentam lesões nos cascos;
  • Animais feridos ou com inchaço em alguma parte do corpo;
  • Animais com movimentos descoordenados, cambaleantes;
  • Animais ofegantes ou com dificuldades para respirar;
  • Animais com corrimento nasal purulento e que apresentam espirros e tosses frequentes;
  • Animais com salivação excessiva e a língua caída para fora da boca;
  • Animais com diarreia ou com presença de muito muco ou sangue nas fezes;
  • Animais empanzinados, com aumento de volume no vazio esquerdo (timpanismo);
  • Animais com o vazio esquerdo muito fundo (sinal de ausência ou de pouco alimento no rúmen);
  • Animais muito magros (em comparação aos outros animais do lote);
  • Animais com a cabeça e pescoço esticados para frente;
  • Animais com arqueamento do dorso;
  • Animais que apresentam vocalização excessiva;
  • Animais que batem as patas no chão, balançam a cauda excessivamente ou escoiceiam o ventre.

Ao identificar algum animal com qualquer sinal de problemas de saúde, retire-o do curral de confinamento e conduza-o para o curral de manejo, onde ele deve ser contido para receber o tratamento prescrito pelo médico veterinário.

Não é recomendado laçar e derrubar os bovinos dentro do curral de confinamento para realizar o tratamento. Essas ações são muito estressantes, tanto para o animal doente quanto para os outros animais do lote. Além disso, essa prática aumenta o risco de acidentes e de desperdício de medicamentos.

Aplique uma identificação de fácil visualização sobre o corpo dos animais que receberam tratamento veterinário, por exemplo: use bastões marcadores para fazer uma marca na garupa ou no costado dos animais tratados. Esse procedimento permite a observação mais cuidadosa dos animais e facilita o acompanhamento de sua condição após o tratamento.

Nos casos mais graves, os bovinos devem ser levados para o piquete ou curral enfermaria, onde devem permanecer até que se recuperem. Mantenha o monitoramento constante dos animais mantidos na enfermaria.

O sucesso ou o fracasso na recuperação de um animal doente no confinamento depende basicamente de dois fatores: o tempo que se leva para identificação de um animal doente e a adoção do tratamento correto. Quanto mais rápido o animal doente for identificado, separado e tratado, maiores serão suas chances de recuperação.

Para saber mais a respeito desse tema, consulte um coordenador da Biogénesis Bagó Saúde Animal, ligando para 0800 702 0752.