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Como produzir uma carne mais macia, saudável e sustentável?

Como produzir uma carne mais macia, saudável e sustentável?

10/06/2021

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A China consolidou-se como principal destino da carne bovina brasileira no mercado internacional e sua participação é crescente desde 2015, aumentando significantemente após 2018, quando o país foi acometido pelo surto de peste suína africana (PSA).

Em 2020, o país comprou 868,70 mil toneladas de carne bovina in natura do Brasil, 50,4% dos embarques totais, um aumento de 74,5% em relação a 2019 e, desde 2015, um salto de 822,16% nos embarques (Secex).

Mas afinal, por que estamos falando sobre o mercado chinês?

A China, nosso principal mercado comprador, possui uma única exigência relacionada aos animais, cuja carne será destinada ao país: os bovinos precisam ter até 30 meses ou até quatro dentes, categoria que ficou conhecida por aqui como “boi China”.

O mercado chinês deverá seguir como importante cliente para a pecuária nacional e essa demanda tem sido extremamente benéfica para o estímulo do uso de tecnologias e práticas voltadas a ganhos em eficiência e produtividade dos sistemas de produção de bovinos.

Segundo a ABNT, novilho precoce é um bovino com até 30 meses de idade, com condição corporal apropriada para o abate e com algumas características de identificação próprias, como:

  • Cobertura de gordura (espessura) entre 3 e 10 mm na região dorso lombar, na altura da 12ª costela;
  • Aceitação de fêmeas, machos inteiros e castrados;
  • Com relação à dentição, os machos castrados e as fêmeas devem ter no máximo quatro dentes incisivos permanentes e machos inteiros devem ter somente dentes de leite, ou seja, não podem ter dentes incisivos permanentes;
  • O peso da carcaça deve ter no mínimo 190 kg para fêmea e 240 kg para macho inteiro e macho castrado.

Conheça alguns números sobre o abate precoce no Brasil

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), classificam-se como novilhas e novilhos animais com até 2 anos de idade destinados ao abate.

O avanço na demanda por animais mais jovens pode ser observado no aumento da quantidade de novilhos e novilhas abatidos no país (Figura 1).

Nota-se que, mesmo com o recuo de 13,9% nos abates da categoria, reflexo do atual momento de retenção de fêmeas, de 2015 até 2020, houve um aumento de 20,3% nos abates dessa categoria

Figura 1. Quantidade de novilhos e novilhas abatidos, em milhões de cabeça, entre 2010 e 2020.

Quantidade de novilhos e novilhas abatidos, em milhões de cabeça, entre 2010 e 2020.
Fonte: IBGE

Apesar da queda no abate de animais acima de 36 meses e consequente aumento da participação de categorias mais precoces, o peso médio das carcaças aumentou para todas as categorias (Figura 2), evidenciando uma intensificação dos sistemas produtivos.

Figura 2. Peso médio anual, em kg de carcaça, por categoria, abatidos no Brasil entre 2010 e 2020.

Peso médio anual, em quilogramas de carcaça, das categorias de bovinos abatidos no Brasil, entre 2010 e 2020.
Fonte: IBGE

A intensificação da produção em sistemas intensivos ou semi-intensivos, ainda que eleve os custos de produção, acelera o ganho de peso dos bovinos e reduz o tempo até o abate, melhorando a taxa de desfrute do rebanho. A maior produtividade também colabora para diluição dos custos fixos da atividade.

A integração de culturas, com os sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP) e integração lavoura pecuária floresta (ILPF), são modelos de produção sustentáveis que permitem produzir mais e melhor, contribuindo para a restauração de áreas degradadas.

Além disso, os avanços com a seleção genética, manejos nutricionais e na gestão da propriedade rural também devem ser considerados como fatores relacionados à precocidade dos bovinos.

O abate precoce já está consolidado no Brasil

A redução na idade de abate é uma realidade, impulsionada inicialmente pelas exigências do mercado chinês e, hoje, pela necessidade do produtor em melhores índices zootécnicos.

Além da melhoria significativa na qualidade da carne e a abertura para atendimento aos mercados internacionais, o atendimento à nichos do mercado de carnes especiais também está diretamente relacionada à idade de abate dos animais e à forma sustentável de produção, onde esses dois fatores são exigências pré-requeridas.

A consolidação do abate de bovinos precoces trouxe ao mercado brasileiro de carne bovina novos desafios e novas oportunidades quanto à tecnificação dos sistemas produtivos, buscando melhores resultados, em menor intervalo  de tempo, possibilitando trabalhar de forma cada vez mais otimizada e sustentável.

Por que a precocidade dos animais é um dos parâmetros para classificação das carcaças no PEC?

Produzir com mais eficiência e qualidade, de forma sustentável, é essencial para quem deseja ingressar no promissor mercado de carnes de alto padrão e ao pensarmos em qualidade da carne, não é possível usar como parâmetro, animais acima 24 meses, pois a idade ao abate é um dos fatores que mais influencia a maciez da carne bovina.

São considerados “jovens” animais  machos, castrados ou não, e fêmeas que apresentam, no máximo, as pinças e os primeiros médios da segunda dentição, sem queda dos segundos médios, com peso mínimo de 210 kg de carcaça para o macho e 180 kg para a fêmea. (Ministério da Agricultura, Portaria nº 612)

Animais mais velhos tendem a apresentar colágeno mais insolúvel, produzindo carnes mais duras. Portanto, o ideal é que o abate de animais, seja realizado, no máximo, até 24 meses de idade.

Assim sendo, em relação à qualidade de carne, na comparação entre novilhos e animais adultos, há uma diferença de 66% do teor de colesterol, 64% de gordura total e de 32% do seu valor energético (Pereira, 2003).

Ou seja, além de mais magra, a carne de animais jovens é mais macia, suculenta, saborosa e com melhor acabamento.

A busca por produtos sustentáveis, é outra característica desse promissor nicho de consumidores, e olhando sob essa ótica, estudos apontam que sistemas de produção intensificados trazem retornos positivos para o meio ambiente reduzindo a emissão de gases de efeito estufa (GEE), puxado pela diminuição das áreas de pastagens degradadas, aumento da fixação de nitrogênio e do sequestro de carbono e encurtamento do ciclo produtivo.

Participando do PEC – Programa de Eficiência de Carcaça, você conta com a assistência e apoio de especialista do setor que têm como missão auxiliar você a elevar o patamar de eficiência da sua produção, com mais rentabilidade e sustentabilidade, agregando mais valor ao seu produto e mais lucratividade para a sua empresa rural!

inscrição para o programa é gratuita e aberta a todos os pecuaristas dos estados participantes que abatam nas unidades Minerva Foods de:

  • Araguaína-TO.
  • Janaúba – MG.
  • José Bonifácio-SP.
  • Mirassol D´Oeste-MT.
  • Palmeiras de Goiás-GO.

Se você abate em uma dessas regiões, não perca tempo e faça agora mesmo a sua inscrição!