Integração: a solução para os impasses de sustentabilidade

Dia após dia aumentam as exigências ao produtor e do próprio agronegócio e, por consequência, ajustes e melhorias nos sistemas de produção. Espera-se que a produtividade aumente e a área de cultivo diminua.

Formadores de opiniões instigam cada vez mais severamente, para que os produtores tomem medidas diferentes e caminhem para um ambiente produtivo mais sustentável.

O aumento nos custos de produção e o mercado mais competitivo transformaram o setor agropecuário. Exigindo aumento na produtividade da prática, qualidade e rentabilidade, sem comprometer ou agredir o meio ambiente.

Os apelos para que seja propagada a concepção da agricultura sustentável em todo o mundo são intensos. Afinal, a demanda por produção de bens para a humanidade é crescente e o aumento populacional e de renda per capta, proporcional.

É necessário exercer esses quesitos com reduzido impacto ambiental e garantir, aos agricultores familiares, dignidade de vida no meio rural.

Para conseguir cumprir tais objetivos e exigências, destaca-se uma alternativa recorrente no meio: o sistema de integração. Tal sistema incorpora atividades de produção agrícola, pecuária e florestal em busca de efeitos sinérgicos entre os componentes do agroecossistema para a sustentabilidade da área.

A Integração Lavoura-Pecuária (ILP) é um sistema que alterna, na mesma área, o cultivo de pastagens anuais ou perenes, destinadas à alimentação animal, e de culturas anuais, destinadas à produção vegetal. Esses sistemas, sem ou com componente florestal (ILPF), propiciam diversos benefícios agronômicos, econômicos, ambientais e sociais.

O que são sistemas de integração?

Os sistemas de integração consistem em ocupar intensamente os recursos disponíveis nos agrossistemas, concomitante à melhoria da qualidade do solo – base da produção animal e vegetal – diminuindo o consumo de insumos e acarretando maior renda por área.

A qualidade do solo é definida pela sua capacidade de funcionar dentro dos limites de um ecossistema, mantendo a qualidade do ambiente e promovendo a saúde de plantas e animais, além de sustentar o rendimento biológico.

Os sistemas podem auxiliar na obtenção desses propósitos, já que eles promovem o uso contínuo das áreas agrícolas e o aperfeiçoamento da qualidade do solo ao longo do tempo. A integração é considerada um sistema de produção.

Atualmente, os sistemas de integração estão se amplificando, especialmente para a produção de fibras, grãos, floresta, energia, bovinos de corte e leite e ovinos e caprinos. Todos são de suma importância para a recuperação de áreas degradadas.

Quais são os sistemas de integração?

Os sistemas de integração podem ser classificados e definidos em quatro grandes grupos:

• Integração Lavoura-Pecuária (ILP) ou Agropastoril: engloba o componente agrícola e pecuário em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área, em um mesmo ano agrícola ou por vários anos, em sequência ou intercalados.
• Integração Pecuária-Floresta (IPF) ou Silvipastoril: integra o componente pecuário (pastagem e animal) e floresta, em consórcio.
• Integração Lavoura-Floresta (ILF) ou Silviagrícola: abrange o componente florestal e agrícola pela consorciação de espécies arbóreas com cultivos agrícolas anuais ou perenes.
• Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) ou Agrossilvipastoril: inclui os componentes agrícola e pecuário, além do florestal, na mesma área.

O IPF é mais indicado para áreas com dificuldade de implantação de lavouras, devido a isso, inclui apenas os componentes florestal e pecuário na mesma área.

Para o ILPF, o componente agrícola restringe-se ou não à fase inicial de implantação do componente florestal.

Vantagens de introduzir a pecuária no sistema agrícola

Os benefícios de obter sistemas de integração na propriedade são imprescindíveis, além de melhorar o solo, aumentar os rendimentos e melhorar a lucratividade, a sustentabilidade é o objetivo de maior cobiça.

Algumas vantagens de adotar a pecuária na lavoura são:

• Rotação de culturas;
• Aumento da produção de palhada para plantio direto;
• Reestruturação física do solo;
• Aumento do teor de matéria orgânica do solo;
• Redução de pragas, doenças e plantas daninhas.

A sustentabilidade que gira em torno desse conjunto é de grande valia para o produtor rural e o agronegócio em geral.

Na rotação lavoura-pasto, há aumento de produtividade de grãos cultivados após a pastagem, que consequentemente produzirá mais após o solo ter sido utilizado para cultivo de grãos. Essa pastagem mais produtiva procederá em maior ganho de peso de bovinos ou produção leiteira.

Sustentabilidade x sistemas de integração

Sem comprometer a sustentabilidade dos recursos naturais e propiciando o desenvolvimento econômico, os sistemas de integração podem solucionar quesitos tais como: a demanda crescente por alimentos, bioenergia e produtos florestais, simultaneamente, com a redução de desmatamento e mitigação da emissão de gases efeito estufa.

Todos os tipos de sistemas conseguem promover a intensificação sustentável do uso do solo, pois fundamentam-se na integração espacial e temporal dos componentes do sistema produtivo e, assim, atingir estágios cada vez mais elevados de qualidade ambiental e de competitividade, reduzindo a pressão sobre ecossistemas naturais.

Considerações finais

Espera-se cada vez mais que os produtores busquem por essas alternativas em suas propriedades, afinal, todos temem o futuro do agronegócio. A tentativa incessante por aumento na produção sem agredir o meio ambiente gera um desconforto recorrente.

A solução não é somente aderir um novo modelo de prática cultural, mas sim, uma dedicação intensa por conhecimento, pesquisa e tecnologia, buscando a sustentabilidade das produções e do meio ambiente.

É notável a luta da cadeia produtiva em atender a demanda mundial por alimentos. Os esforços são eminentes e contínuos, produtores investem e acreditam na capacidade do sistema de integração revolucionar sua lavoura de forma sustentável.