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No rastro do gado

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22/07/2020

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O consumo consciente e a cadeia produtiva de carne bovina

O mercado consumidor está cada vez mais exigente, e uma das características observadas nesse contexto é o crescente interesse sobre a origem e o caminho que o alimento percorre até chegar à mesa.

Por traz dessa mudança de comportamento está a postura desse novo consumidor que, consciente de seu papel na cadeia produtiva de carne bovina, preocupa-se, agora, não apenas com a qualidade do que será consumido, mas também está interessado em conhecer a procedência do alimento, a forma de produção, a aplicação das boas prá

ticas de bem-estar animal durante o processo produtivo e adequações às normas sanitárias e demais exigências dos órgãos responsáveis pelo controle e segurança dos alimentos.

Nos dias atuais, antes de decidir pela compra, o consumidor seleciona, integra e avalia informações relacionadas aos produtos, para depois ponderar as opções consideradas.

Esse posicionamento, comum em outros países já há algum tempo, vem ganhando força também no mercado interno.

E é nesse cenário que os sistemas de rastreamento para os animais de produção vêm ganhando importância, pois através dos dados gerados e armazenados é possível registrar todo o “percurso” do animal, desde o nascimento do bezerro à sua idade adulta, estendendo-se ao abate até a produção da carne.

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o rastreamento de bovinos nos indica a vida regressa do animal, onde foi criado, raça, gênero, a que tipos de ações ele foi submetido, como medicamentos utilizados durante a produção, progenitores, veterinário responsável, proprietário, enfim, um simples brinco aplicado ao animal, com uma numeração individual, pode fornecer todas essas informações.

Controle do processo de produção de carne bovina no Brasil

Hoje, o Brasil conta com dois principais sistemas de controle para os produtos de origem animal:      

  • Sisbov – Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos, desenvolvido pelo próprio MAPA, que controla todo o processo de produção de carne no país. Mercados mais exigentes, como a União Europeia, por exemplo, adquirem produtos apenas mediante essa certificação.
  • SIF – Serviço de Inspeção Federal, que aponta a procedência dos produtos in natura e derivados de origem animal. Ainda que não seja um sistema de rastreamento, o SIF garante o cumprimento das normas na produção, abate e industrialização da carne.

O pecuarista que pretende exportar carne para a União Europeia, por exemplo, além de aderir ao Sisbov, precisa passar por um processo de auditoria técnica oficial, que tem como objetivo avaliar o cumprimento dos requisitos, exigências, atribuições e responsabilidades que são realizadas exclusivamente por fiscais agropecuários ou servidores dos órgãos de defesa agropecuária.

Além de oferecer segurança ao consumidor no momento da compra, os sistemas de rastreamento são grandes aliados dos pecuaristas na otimização da gestão da produção pecuária.

O brinco numérico, embora seja o mais popular e ainda o mais utilizado entre os produtores, é considerado um dispositivo ultrapassado.

Os sistemas de rastreamento mais modernos e atuais contam com tecnologia avançada, como os sistemas conectados aos comedouros individuais, responsáveis por medir a quantidade de ração ingerida pelo animal, e os sistemas com GPS que, além de todos os outros dados já fornecidos, ainda demarcam toda a movimentação do bovino.

Alguns pecuaristas utilizam em seus rebanhos o chip subcutâneo que, embora exija maior cuidado no manuseio, dado à fragilidade do equipamento, é melhor em usabilidade. Como são instalados sob o couro dos animais, o risco de perda ou dano do equipamento é excluído.

Tanto o brinco eletrônico quanto o chip subcutâneo, possuem leitores que transmitem as informações do bovinos diretamente para o banco de dados. Já para o brinco simples, se faz necessária a leitura/inserção manual das informações no sistema.

O sistema de rastreio em bovinos não traz benefícios diretos para o animal, entretanto proporciona maior controle sobre o que está sendo realizado durante todas as fases do manejo, agregando mais valor ao produto.