Atualmente, estima-se que no Brasil cerca de 43 milhões de cabeças de bovinos são abatidas anualmente. Desmembrando esse número, temos aproximadamente 4,1 milhões de animais vindos de confinamentos, 2,9 milhões provenientes de semiconfinamentos e 760 mil de pastagens de inverno.
Essas 7,7 milhões de cabeças, em torno de 18% dos animais terminados, são desafiadas intensivamente para ganho de peso, implicando em um desafio sanitário tão robusto quanto.
De acordo com Batista (2017), as principais causas de mortalidade de bovinos no confinamento são:
- Pneumonia;
- Clostridioses;
- Fraturas/acidentes;
- Enterotoxemias.
Quando olhamos para a terminação a pasto, Gottschall, em 2010, cita que os animais mais velhos do rebanho foram mais acometidos por:
- Tristeza parasitária;
- Causas indeterminadas;
- Acidentes;
- Verminoses;
- Intoxicações.
A dificuldade de diagnósticos complementares, como auxiliar aos profissionais de campo, devido às grandes distâncias do nosso país, também inviabiliza uma avaliação em nível nacional sobre as principais causas de morbidade e mortalidade nos animais em terminação.
Doenças Respiratórias (DRBs)
Nas categorias de terminação, seja ela intensiva, a pasto ou em confinamentos, as doenças respiratórias ganham grande destaque, principalmente no confinamento.
Essas doenças decorrem dos desequilíbrios entre as defesas naturais dos animais, fatores ambientais externos e o estresse.
Muito cuidado com as clostridioses!
As clostridioses são doenças que representam um grande desafio para os animais de terminação.
Existem, na natureza, centenas de bactérias do gênero Clostridium. Muitas delas fazem parte da constituição biótica intestinal e do fígado de animais sadios, onde vivem saprofiticamente sem causar-lhes danos.
Entretanto, existem outros gêneros de clostrídios que podem causar sérias doenças nos animais, sendo altamente patogênicos.
Tristeza parasitária bovina gera perdas econômicas significativas
A enfermidade pode ser causada pelos agentes Babesia bovis, Babesia bigemina e Anaplasma marginale, ocasionando perdas econômicas significativas no rebanho.
A transmissão da babesiose e anaplasmose bovina pode ocorrer biologicamente, pelo carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus, e mecanicamente, na anaplasmose, por insetos hematófagos e fômites contaminados.
Nos bovinos, a manifestação clínica da tristeza parasitária, causada por Babesia spp. e A. marginale, está na dependência de estresse, queda da imunidade, presença do vetor, caracterizando a região para condições de instabilidade e/ou estabilidade enzoótica, do clima, do manejo dos animais, das condições fisiológicas do hospedeiro e da raça (B. taurus).
Traumas e feridas podem afetar a eficiência produtiva em bovinos
Na rotina da terminação, feridas em função de acidentes são comuns.
O tratamento preciso e efetivo de feridas é importante, visando minimizar o surgimento de afecções secundárias, que podem comprometer até mesmo a vida do animal.
A maioria das lesões nos bovinos são causadas por instalações mal feitas, que apresentam parafusos ou pregos expostos, pisos inadequados, lascas de palanques, tábuas soltas nos currais de manejo, ou ainda por brigas entre os animais.
Assim sendo, é extremamente importante a adoção de uma rotina de revisão e reforma dos currais, visando substituir qualquer material danificado, bem como atenção ao piso onde os animais permanecerão, para que esteja limpo e livre de pedras e/ou outros objetos que possam causar feridas.
Doença do casco
Doenças de cascos em bovinos estão entre as principais enfermidades que acometem o rebanho brasileiro.
São responsáveis por até 60% das causas da claudicação. Em casos graves, a doença pode até comprometer a locomoção do bovino.
O animal que é acometido pela enfermidade no confinamento, por não conseguir andar direito, não se alimenta adequadamente e perde peso. Dessa forma, há uma diminuição drástica na produção de carne.
Impactos quantitativos e qualitativos das verminoses no rebanho
A verminose é uma influência negativa para bovino em geral, podendo comprometer muitas vezes o capital investido em insumos e o ganho dos animais, principalmente devido a reduções no desempenho produtivo e também em decorrência de mortes e descarte de animais.
Além dos impactos mencionados acima, as perdas podem ser qualitativas, como por exemplo, aumento no tempo de abate, perda de qualidade de carcaça ou mesmo o comprometimento de produtos cárneos pela presença de lesões ou parasitas nos tecidos.
A verminose responsável por imensos prejuízos aos animais é a subclínica, pois os animais acometidos apresentam significativa redução no desempenho tanto produtivo como imunitário, sendo mais susceptíveis a outras possíveis doenças.
Diarreias podem debilitar e comprometer a produtividade dos animais
A diarreia se caracteriza por grande perda de líquidos e eletrólitos corporais, causando desidratação, que, dependendo do grau, pode levar à perda de peso, podendo evoluir para um choque hipovolêmico e até mesmo a morte do animal.
As diarreias debilitam o bovino, pois a absorção de nutrientes no intestino fica comprometida e a intensa eliminação de água através das fezes causa desidratação.
As condições higiênico-sanitárias precárias facilitam as diarreias de origem infecciosa, que, em geral, são causadas por diferentes agentes já citados, que possuem sintomas semelhantes entre si e não demonstram características específicas, podendo, inclusive, ocorrer infecções mistas.
Polioencefalomalácia
A polioencefalomalácia, enfermidade degenerativa que afeta a substância cinzenta do sistema nervoso central de ruminantes, caracteriza-se por necrose cerebrocortical. O aparecimento da doença está ligado a distúrbios no metabolismo da tiamina sintetizada no rúmen.
Uma das causas mais comuns é a destruição da vitamina B1 por tiaminases bacterianas no rúmen, além de deficiência na dieta, ingestão de plantas com atividade tiaminolítica e produção dessas mesmas enzimas devido ao excessivo consumo de concentrados ou baixa ingestão de volumosos, comuns em animais de confinamento.
Recentemente, o aparecimento da enfermidade foi associado, em casos naturais, ao excesso de enxofre na dieta, sem alterações detectáveis no metabolismo da tiamina.
Previna-se e proteja seus lucros
Quanto aos desafios sanitários mencionados, a prevenção sem sombra de dúvidas é o melhor caminho.
O uso de vacinas e o controle prévio facilitam manejos e protegem os animais de forma massal. Ao optar por tratamentos, algumas dessas doenças possuem evolução muito rápida, que pode não deixar tempo hábil ao pecuarista para identificar qual o agente e o correto direcionamento de diagnóstico e consequente tratamento ou prevenção.
Na dúvida, consulte um Coordenador da Biogénesis Bagó e garanta um protocolo sanitário assertivo e seguro contra os principais desafios da terminação dos bovinos.
Departamento de Serviços Técnicos da Biogénesis Bagó