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O que são clostridioses e qual a importância?

O que são clostridioses e qual a importância?

28/07/2020

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O que são clostridioses e qual a importância?

As clostridioses, doenças causadas por clostrídios, têm grande impacto econômico na bovinocultura. São responsáveis pela morte de aproximadamente 400 mil animais anualmente, gerando mais de um bilhão de reais em prejuízos para os pecuaristas.

Clostrídios são bactérias, gram-positivas, esporuladas e anaeróbias estritas, que em outras palavras quer dizer que são bactérias que não precisam de oxigênio para sua sobrevivência e, quando estão no ambiente, formam esporos, que são caracterizados por camadas de proteção que proporcionam resistência contra agentes físicos e químicos durante esse período.

Essa situação permite que a bactéria fique protegida e, de certa forma, “adormecida”, até encontrar o local ideal para sua sobrevivência e multiplicação.

Existem, na natureza, mais de 225 espécies de clostrídios e algumas dessas espécies podem provocar enfermidades em animais, além disso, possuem alta taxa de letalidade. As clostridioses estão entre as principais doenças que acometem os animais domésticos no país, acarretando grandes prejuízos econômicos ao setor produtivo. Estima-se que, no Brasil, aproximadamente 400 mil animais morrem, anualmente, em decorrência dessa enfermidades.

Principais clostridioses em bovinos

  • Botulismo em ruminantes

As bactérias do gênero clostridium podem provocar diversos tipos de doenças, que são categorizadas em neurológicas, hepáticas, musculares, diarreicas ou causadoras de enterotoxemias.

Dentre as clostridioses neurotóxicas, o botulismo se destaca muito perante os ruminantes. A doença é causada pela ingestão das neurotoxinas produzidas pelo Clostridium botulinum e se caracteriza pela paralisia muscular.

Os esporos e/ou toxinas podem estar presentes em água estagnada, solo, trato digestivo ou cadáveres de animais. A evolução da doença está muito relacionada com a quantidade de toxina ingerida. A ocorrência de surtos pode estar relacionada à osteofagia, ingestão de ossos de cadáveres na pastagem ou também através da ingestão de toxina via alimentos mal conservados.

As medidas de controle e profilaxia do botulismo em ruminantes incluem a suplementação mineral adequada, o destino correto das carcaças e a vacinação.

O tétano é outra clostridiose neurológica muito recorrente, inclusive em bovinos, que também é caracterizada pela paralisia, porém rígida, enquanto no botulismo observa-se uma paralisia flácida.

  • Carbúnculo sintomático ou “manqueira”

O agente causador do carbúnculo sintomático ou manqueira, o C. chauvoei, acomete bovinos de seis meses a três anos de idade, geralmente em bom estado nutricional.

Traumas musculares criam um ambiente de baixo potencial de anaerobiose, desencadeando a germinação dos esporos e a consequente produção de toxinas, por isso observa-se mais casos após manejos excessivos com os animais.

A evolução para morte é muito rápida, geralmente em até 72 horas (ASSIS et al., 2005).

  • Gangrena gasosa

Causada por C. septicum, C. chauvoei, C. novyi tipo A, C. sordellii e C. perfringens tipo A, associados ou isoladamente, a gangrena gasosa, também chamada de edema maligno, possui ampla distribuição mundial.

Procedimentos como castrações, partos e punções venosas, contaminação de feridas decorrentes de práticas cirúrgicas ou de manejo sem cuidados assépticos podem ser porta de entrada para a contaminação bacteriana, que, uma vez instaurada a infecção, promove fermentação dos carboidratos nos tecidos, produzindo dióxido de carbono e hidrogênio. Esses gases produzem o efeito de crepitação.

Como medida profilática, é necessário evitar a contaminação, principalmente com terra e excrementos, de instrumentos e seringas utilizados em procedimentos que possam produzir ferimentos nos animais. Como forma de controle, os animais devem ser vacinados anualmente, com vacinas que contenham principalmente C. septicum, C. chauvoei, C. novyi e C.sordellii.

  • Hemoglobinúria bacilar

O agente etiológico C. haemolyticum é o causador da hemoglobinúria bacilar, doença infecciosa de evolução aguda, caracterizada por necrose hepática.

É descrita em regiões úmidas, de campos baixos ou drenagem insuficiente e é precedida de injúria hepática causada por parasitas. Animais em boas condições corporais são mais susceptíveis.

Como medida profilática, a vacinação deve ser preconizada, principalmente em regiões onde a incidência de Fasciola hepática ou vermes de migração hepática é alta.

  • Enterotoxemias

Clostridiose recorrente, as enterotoxemias são provocadas por toxinas de C. perfringens no trato intestinal e veiculadas pelo sangue até local o de ação. Os tipos de C. perfringens são diferenciados de acordo com a produção de toxinas.

Alguns fatores que resultam em alterações do ambiente intestinal predispõem a ocorrência de enterotoxemias e, entre eles, ressalta-se a administração de elevados níveis de carboidratos, proteínas e pastagens luxuriantes.

Em bovinos na fase de terminação, atenção dobrada!

As clostridioses se relacionam diretamente com a fase de terminação, seja pela mudança alimentar, manejos de curral ou concentração de animais.

Portanto, a vacinação com Policlostrigen ou Bioclostrigen J5 e Botulinogen, associada às medidas de boas práticas de manejo e aplicação de medicamentos, são ferramentas essenciais e indispensáveis para obter excelentes resultados e evitar prejuízos com a mortalidade dos animais em fase de terminação.

Em locais com alto desafio para os bovinos, como o ambiente de confinamento, é importante a realização da dose e do reforço das vacinas na primeira aplicação, com intervalo de 21 a 30 dias entre as doses e anualmente como reforço.

Departamento de Serviços Técnicos

Biogénesis Bagó Saúde Animal Ltda