Com a retomada do período das águas em setembro/outubro, o pecuarista precisa se atentar às questões relacionadas ao manejo das pastagens, para tirar o melhor proveito desse período de “safra do capim”.
Os principais pontos de atenção devem ser:
- Análise do solo;
- Escolha das espécies forrageiras;
- Manejo da fertilidade do solo;
- Clima (volumes e regularidade das chuvas);
- Estabelecimento das pastagens;
- Manejo do pastejo (taxa de lotação, altura do capim na entrada e saída dos animais da área, entre outros);
- Controle de plantas infestantes e pragas;
- Suplementação dos animais (suplementação para o período das águas).
Esses pontos são importantes para a implantação e execução de projetos pecuários cuja base de produção é o pasto, e serão determinantes para uma boa produtividade.
Pastagem é lavoura, cultive para colher mais e melhor!
O primeiro ponto de entendimento é que a pastagem (capim) precisa ser entendida como uma lavoura e que, por esse motivo, deve receber os devidos manejos, que incluem adubação, tratos culturais, controle de plantas daninhas, entre outros, que interferem diretamente na produção e qualidade da forragem.
Os erros relacionados ao manejo do pasto normalmente estão relacionados à não realização da análise do solo ou às análises de solo incompletas e/ou interpretações incorretas dessas análises.
O erro no fornecimento de informações ou na leitura dessas informações consequentemente resultará em erro nas recomendações de correção de acidez e adubação da pastagem.
Manejo do pastejo e planejamento alimentar do rebanho
Após formada ou recuperada a pastagem, com a escolha adequada do cultivar, e supridas as necessidades de fertilidade do solo, de acordo com as análises prévias, o próximo passo é planejar a entrada dos animais na área.
Vale destacar que existem algumas perdas “invisíveis” aos olhos do pecuarista, ao não considerar um planejamento alimentar de longo prazo. Esse planejamento é baseado na demanda por forragem (de acordo com a taxa de lotação da área) e na sua disponibilidade (acúmulo de massa verde), determinando uma condição de pastejo ótimo, proporcionando pressão ideal de pastejo no sistema produtivo.
Desconsiderar esses fatores pode levar a situações de subpastejo, onde há pouco aproveitamento do capim, com acúmulo elevado de pastagem ou superpastejo, situação oposta, onde há quantidade superior de animais consumindo o pasto, que, além de não suprir a necessidade nutricional dos animais, dificulta a recuperação da planta forrageira, o que tende em longo prazo, levar à degradação da área.
Analisar o solo previamente e associar essa informação à espécie e cultivar de interesse é fundamental para conhecer os índices produtivos da forrageira, como crescimento e ponto ótimo de pastejo e, dessa forma, determinar a taxa de lotação adequada (quantidade de animais por área), garantindo o máximo aproveitamento do alimento volumoso (quantidade e qualidade) que o período das águas oferece.
A ausência de planejamento e monitoramento das questões relacionadas às pastagens dificulta o gerenciamento e execução de algumas operações importantes na fazenda, tais como:
- planejamento das estações de monta (reprodução);
- planejamento dos nascimentos e da desmama dos bezerros;
- melhores épocas de vendas e compras de animais;
- análise da necessidade de suplementação do rebanho;
- produção, armazenamento e fornecimento de volumosos suplementares (silagens, fenos, pré-secados).
O momento favorece a relação de troca do boi gordo com fertilizantes, por isso aproveite
São vários os pontos que o pecuarista deve levar em consideração com relação às pastagens, mas os principais desafios relacionam-se ao bom entendimento sobre esses passos fundamentais, e aos reflexos na produtividade e nos resultados da atividade.
A valorização do preço de venda do boi gordo ao longo do ano favoreceu a relação de troca com os fertilizantes, ou seja, o momento é oportuno para investimentos em pastagens, portanto é hora de colocar a mão na massa, ou melhor, no pasto!