Vantagens e desvantagens no uso de DDG e WDG na alimentação animal - Minerva Foods | Criando conexões entre pessoas, alimentos e natureza.
Vantagens e desvantagens no uso de DDG e WDG na alimentação animal

Vantagens e desvantagens no uso de DDG e WDG na alimentação animal

12/11/2020

Compartilhar em:

A produção do etanol de milho tornou-se uma alternativa interessante para suprir o mercado de combustíveis no período de entressafra de cana-de-açúcar, proporcionando aos produtores de milho a oportunidade de escoamento da produção o ano todo, permitindo, assim, a redução de custos fixos.

Do processamento do milho em grão para a produção de combustível obtém-se o DDG e WDG, coprodutos das usinas de etanol de milho, que, devido à excelente relação custo-benefício, vêm ganhando cada vez mais espaço na composição das dietas de bovinos aqui no Brasil.

Utilização do DDG e WDG na dieta de bovinos

O DDG (Dried Distillers GrainsGrãos Secos de Destilaria) e o WDG (Wet Distillers GrainsGrãos Úmidos de Destilaria) são coprodutos da produção de etanol, oriundos da fermentação de grãos, sendo o milho o mais utilizado para essa finalidade.

Na bovinocultura, os “grãos de destilaria”, como também são conhecidos, podem ser utilizados como fonte energético-proteica, proteica ou energética na composição de diferentes dietas.

Com os custos de produção cada vez mais altos para o desenvolvimento da atividade pecuária, o DDG e WDG ganham destaque na nutrição animal, devido ao excelente custo-benefício, e têm se mostrado um forte aliado do pecuarista na suplementação da dieta dos bovinos.

Valores nutricionais dos coprodutos do etanol de milho

Valores nutricionais do DDG e WDG

Comparativo entre DDG e WDG e outros alimentos na bovinocultura

Tabela comparativa DDG e WDG

Panorama atual do mercado de DDG e WDG no Brasil

Os estoques de DDG e WDG estão praticamente esgotados e os preços vigentes são referência para contratos com entrega a partir de 2021.

Segundo levantamento da Scot Consultoria, que monitora esse mercado rotineiramente, na segunda quinzena de outubro, a cotação média do DDG subiu 0,9% frente a primeira quinzena do mês e ficou cotado entre R$1.170,29 e R$1.493,33 por tonelada, sem o frete.

Para o WDG, a alta foi de 28,6% no mesmo intervalo, e os preços variaram de R$350,00 a R$392,26 por tonelada, sem o frete, considerando os valores convertidos para 32% de proteína bruta (PB).

Não há disponibilidade para pronta entrega e os preços vigentes também são referência para contratos com entrega a partir de janeiro de 2021.

Vantagens e desvantagens do uso de DDG e WDG na composição de dietas para bovinos

Vantagens:

  • Esses coprodutos apresentam, aproximadamente, 30% de proteína bruta, um produto considerado uma fonte proteica, substituindo o farelo de soja por exemplo.
  • Podem ser utilizados também como concentrado energético, pois o DDG também possui bons níveis de energia em sua composição.
  • Por serem ricos em fibras e pobres em amido (1% de amido residual), podem ser utilizados para diminuir a acidose ruminal, um problema comum em dietas “quentes”, na qual a proporção de concentrado é muito superior à de volumoso.
  • Bom custo-benefício na comparação com outros alimentos energético proteicos utilizados na composição das dietas dos bovinos.

Desvantagens:

  • O WDG tem alto teor de umidade (aproximadamente 70%). A alta umidade tem impacto no transporte, inviabilizando, dessa maneira, seu uso em propriedades distantes das usinas.
  • O WDG tem sua vida útil, em média, de aproximadamente 3 a 4 dias, caso seja mantido exposto ao oxigênio ou em galpões cobertos. Para extensão da vida útil do produto, é necessário que seja ensilado. Já há estudos mostrando que, quando ensilado de forma anaeróbica, seu tempo de conservação aumenta.

Considerações finais

O uso dos coprodutos deu um fôlego nos custos de dieta dos confinadores e seu uso tem que ser cada vez mais estudado.

A inclusão desses coprodutos na dieta dos bovinos tende a ser cada vez mais empregada, podendo fazer diferença no resultado do pecuarista.

É importante lembrar, que a utilização dos coprodutos do etanol de milho não fica trancada somente ao cocho, mas também no uso da terminação intensiva a pasto e nos semiconfinamentos, tornando-se um importante aliado do produtor em épocas de seca severa e aumento de custos.