Estimativas do Minerva apontam para um aumento de 8% a 10% no volume de fornecimento de gado no Brasil nos próximos anos.
O ano de 2017 promete ser promissor para a indústria brasileira de carne bovina, segundo análise do BTG Pactual divulgada em relatório no fim da semana passada. “Particularmente no Brasil, o ciclo do rebanho deverá virar em 2017 após três anos de retenção de vacas e maior produção de bezerros”, escreveram os analistas. Durante um café-da-manhã promovido pelo banco, o diretor financeiro da Minerva, Edison Ticle, disse que produtores de carne bovina na América Latina podem esperar um cenário favorável nos próximos dois a três anos, diante da redução de rebanhos em países exportadores concorrentes, enquanto Ásia e Oriente Médio sustentam a demanda pelo produto. A Austrália, um dos principais fornecedores de carne bovina, ainda enfrenta produção reduzida, após período em que acelerou os abates; e os Estados Unidos continuam a ver limitação no crescimento dos rebanhos. Estimativas da Minerva apontam para um aumento de 8% a 10% no volume de fornecimento de gado no Brasil nos próximos anos, a partir de 2017, segundo o relatório do BTG. Fortes margens são esperadas diante da expansão da demanda para o produto brasileiro, após a abertura do mercado dos Estados Unidos e a potencial esperada abertura dos mercados da Coreia do Sul, Canadá e México.
Diante desse cenário, os analistas do BTG Pactual esperam que a Minerva, que tem um dos mais baixos níveis de endividamento do setor, seja uma “vencedora natural”. “Oportunidades de fusões e aquisições na América Latina também poderão ser valiosas para aumento da diversificação e flexibilidade.”. Os analista do BTG elevaram a estimativa de Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) para a companhia para 2017 em 4%, diante da esperada melhora nos volumes, preços e margens para venda de carne bovina. A estimativa de Ebitda para 2016 foi reduzida em 10%, enquanto o setor ainda sofre com reduzida oferta de gado para abate. A agência de classificação de risco de crédito Moody’s Investors Service já havia avaliado em agosto que a Minerva deveria ser a principal empresa do setor frigorífico brasileiro a se beneficiar da abertura de mercado dos Estados Unidos à carne bovina in natura nacional, dada a sua grande concentração na produção de carne fresca e congelada, produtos que representam 70% das vendas totais da companhia.