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Indústria de carne bovina: Minerva Foods

Indústria de carne bovina: Minerva Foods

17/10/2017

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Um dos maiores exportadores do Brasil, a Minerva Foods também vende em todo o país, o que limita as variações bruscas na receita

(Ilustração Tato Araújo)
(Ilustração Tato Araújo)
 

 

Fundação: 1992
Sede: Barretos (SP)
Funcionários: 12.825

Minerva Foods, cuja história começa em Barretos, no interior de São Paulo, cresce a cada ano no mercado internacional e também no doméstico. Seus produtos são exportados para 100 países e, aqui dentro, a marca registrou um salto de 30 mil para quase 60 mil pontos varejistas nos últimos dois anos.

Continua fiel, no entanto, aos pilares erigidos em 1992, quando os irmãos Queiroz compraram a massa falida do Frigorífico Minerva, aberto em 1949, e o transformaram no gigante atual: foco, disciplina e consistência, informa Fernando Galletti de Queiroz, de 49 anos, presidente e membro da família.

Assim, mesmo diante da conjuntura político-econômica hostil do país, os resultados financeiros e operacionais foram positivos em 2016 e continuam evoluindo em 2017, conforme atesta a receita bruta, de R$ 2,76 bilhões, registrada no segundo trimestre pelo grupo. “É recorde para um trimestre e representou um crescimento significativo de 17,1% em relação a igual período de 2017”, afirma Queiroz. O Ebitda, de R$ 277,3 milhões, foi também recorde – suplantou em 10,8% o índice do segundo trimestre de 2016.

“A empresa continua fiel aos pilares enrigidos na sua formação: foco, disciplina e consistência”

FERNANDO GALLETTI DE QUEIROZ

Os números positivos de 2016 levaram a companhia ao topo do ranking dos Melhores do Agronegócio no segmento Carne Bovina. Por sinal, outra diretriz seguida ao longo dos anos é a produção exclusiva de carne bovina e derivados. Suínos e frangos não compõem o cardápio e nem estão no radar.

Do total do faturamento de 2016, entre 60% e 70% foram provenientes das exportações. As vendas externas renderam cerca de R$ 6,4 bilhões. Queiroz ressalta aqui o alinhamento histórico da Minerva com o mercado externo: é uma das líderes na América do Sul na produção e comercialização de carne in natura, couros e derivados. Possui 26 unidades de abate de bovinos, localizadas no Brasil, Paraguai, Uruguai, Colômbia e Argentina, e opera 13 centros de distribuição: nove no Brasil, um no Paraguai, um no Chile, um na Colômbia e outro na Argentina. Queiroz diz que a América do Sul é extremamente competitiva hoje, no exato momento em que países como Estados Unidos e Austrália anunciam redução na produção.

Esse foi um dos motivos que levaram a Minerva à compra de frigoríficos da JBS na Argentina, Uruguai e Paraguai em 2017. Pagou US$ 300 milhões. A explicação: operava há anos em outros países do Mercosul, porém, não havia conseguido ainda se estabelecer na Argentina, um poderoso e histórico exportador. A aquisição das unidades da JBS vai ao encontro de outra meta antiga da Minerva, que é consolidar-se como a empresa mais diversificada da América do Sul.
E mais: como o imenso mercado brasileiro continua no centro das atenções, o grande salto dado nas exportações permite a atuação em duas frentes. Quando uma não vai bem, a outra dá resposta positiva e equilibra os resultados.

Segundo Queiroz, mesmo no cenário econômico volátil de 2016, houve aumento de 10% no faturamento bruto da divisão de carnes da empresa no mercado interno. O motivo foi o forte incremento nos pontos de venda. A Minerva está presente nos Estados de São Paulo, Rondônia, Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.

A companhia é a segunda maior exportadora brasileira de carne bovina do Brasil e a primeira do Paraguai e da Colômbia. Sua capacidade de abate, que era de 17.300 bois por dia, avançou para 26.380 cabeças por dia após a compra de nove frigoríficos na Argentina, Paraguai e Uruguai.
Queiroz afirma que o desempenho das exportações de carne na temporada 2016 foi auxiliado pela reabertura do mercado dos Estados Unidos. O país é bastante severo nas questões sanitárias e seu retorno às compras acende o sinal verde para a entrada em outras praças importadoras em potencial, caso do Japão.

Se na área financeira a Minerva apresenta resultados expressivos, na socioambiental também nada deixa a desejar. Em 2016, lançou a sexta edição de seu relatório de sustentabilidade. O documento aborda diversas ações relacionadas a questões como desmatamento, invasão de terras indígenas, violência agrária e trabalho escravo. A Minerva ressalta que não comercializa com fornecedores que tenham causado impactos trabalhistas, de direitos humanos e socioambientais negativos. Também joga luz na questão da qualidade da carne e repassa informações a seus pecuaristas parceiros, como rastreabilidade do produto e controle sanitário.

Em 2017, a Minerva comemora 25 anos de história e dez de empresa listada na bolsa de valores. Queiroz adianta que, mesmo com os problemas que afetaram a atividade em 2017 (a Operação Carne Fraca, a delação dos irmãos Batista, entre outros) e que provocaram forte volatilidade no mercado, o movimento está sendo satisfatório. Nos 12 meses findos em 30 de junho de 2017, o grupo apresentou receita bruta de vendas de R$ 10,5 bilhões, 2,5% maior que a registrada no mesmo período de 2016.

Fonte: Globo Rural

Por: Sebastião Nascimento