A Minerva Foods, líder em exportação de carne bovina na América do Sul e uma das maiores empresas na produção e comercialização de carne in natura e seus derivados na região, em conjunto com o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), organização não governamental brasileira, que trabalha para promover transformações socioambientais nos setores florestal e agropecuário, anunciam a parceria no Carbon On Track, o novo programa do Imaflora para a medição de balanço de carbono em fazendas na América do Sul.
Como parceira pioneira no setor pecuário, a Minerva Foods selecionou 25 fazendas fornecedoras no Brasil, Argentina, Colômbia, Paraguai e Uruguai para participarem do projeto-piloto, totalizando mais de 232 mil cabeças de gado e 185 mil hectares de pastagem computados, que cobriram cinco biomas diferentes: Amazônia, Pantanal, Cerrado, Pampas e Chaco.
Os resultados iniciais constataram que fazendas parceiras da Companhia já emitem 44% menos gases de efeito estufa (GEE) em comparação com a taxa média mundial para emissões na produção de carne bovina, estimada em 19,9 tCO2e/ por tonelada de carne produzida (obtida a partir da comparação de 30 artigos). Os primeiros relatórios sobre o estudo foram divulgados na Conferência Mundial do Clima (COP 26), no dia 06 de novembro, realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em Glasgow, na Escócia.
O Carbon On Track é o primeiro projeto de balanço de carbono que reunirá dados primários, que poderão ser acessados por meio de uma plataforma digital de comunicação, que facilitará o acesso à informação garantindo ainda mais transparência a toda a análise. Os cálculos para composição dos balanços foram realizados a partir da utilização de metodologias reconhecidas mundialmente e diretrizes propostas pelo IPCC 2019, compatível com a metodologia GHG Protocol. O objetivo é demonstrar que a implementação de boas práticas agrícolas pode reduzir efetivamente as emissões de GEE na atmosfera.
Os relatórios serão disponibilizados na plataforma digital, onde estarão divididos por painéis setoriais, que apresentarão os dados e informações coletadas, reforçando as iniciativas que estão sendo trabalhadas no setor. Para as empresas parceiras, serão construídos painéis personalizados de controle, que vão armazenar os resultados dos balanços realizados, além de informações sobre o monitoramento de fornecedores, histórico de atuação ambiental, projetos de restauração florestal e iniciativas para promoção da pecuária de baixo carbono.
“O Carbon on Track está alinhado aos esforços da Minerva Foods para implementar ações que envolvam a cadeia em uma pecuária mais sustentável e de baixo carbono. O programa irá mensurar, monitorar e comunicar os avanços que estão sendo realizados pela Companhia no setor. Este trabalho é essencial para aumento da confiança, credibilidade e consolidação das iniciativas realizadas em nosso segmento de atuação. Estamos animados com os resultados e enxergamos grandes avanços em um futuro próximo. Mais do que isso, estamos orgulhosos por, mais uma vez, sermos pioneiros em concretizar iniciativas que visam a pecuária de baixo carbono”, destaca Taciano Custódio, Diretor de Sustentabilidade da Minerva Foods.
“A pecuária tem papel fundamental na redução das emissões de gases de efeito estufa, como o metano, que contribuem para o aquecimento global. Existem diversas formas de promoção de uma pecuária mais sustentável, como a intensificação, a integração com lavouras e florestas, o melhor manejo do solo e a utilização de fertilizantes naturais”, afirma Isabel Garcia-Drigo, Gerente de Clima e Cadeias Agropecuárias do Imaflora. “Principalmente após a divulgação do mais recente relatório do IPCC, não há mais tempo para adiarmos a adoção e o investimento em soluções e tecnologias, muitas já existentes, para a transformação do setor e consequente redução das emissões.”
A perspectiva é de que, futuramente, o Carbon On Track possibilite ainda a certificação de projetos com foco na geração de crédito de carbono. “Apresentar os benefícios ambientais, sociais e econômicos relacionados às boas práticas de forma clara, torna ainda mais tangível o conceito de pecuária sustentável e fomenta as ações com foco na redução de emissões por parte de empresas e pecuaristas”, reforça Taciano.
Conheça os Cases
No gráfico constam as 25 fazendas participantes do estudo que, em sua totalidade, se posicionam entre 11% e 69% abaixo da média mundial de emissões. Ao avaliar o balanço de carbono do sistema produtivo de cada uma, que inclui as emissões e as remoções que ocorrem na propriedade, há três delas que são carbono negativo, identificadas no gráfico abaixo com folhas verdes. Isso quer dizer que estas fazendas sequestram mais do que emitem, como o exemplo da Fazenda Santa Elena, na Colômbia.
Fazenda Santa Elena (COL) – carbono negativo: localizada em Montería, na região de Córdoba, na Colômbia, conta com mais de 2,5 mil cabeças de gado, além de 1.795 hectares de área. A propriedade contabilizou emissões 45% abaixo da média mundial como resultado de estratégias que visam melhorar as pastagens com sistemas rotacionados e com suplementação estratégica para o solo, gerando mais eficiência no pastejo. Além disso, espécies de árvores nativas da área têm sido conservadas para contribuírem com o equilíbrio dentro da fazenda.
O objetivo dos proprietários é praticar uma pecuária de excelência, voltada para a produção de carne bovina sustentável. A fazenda possui certificações que atestam a implementação de boas práticas como a preservação de matas nativas, melhoria de pastagens e cuidados no uso dos recursos naturais. Atualmente, encontra-se em processo de certificação do selo ambiental pecuário, promovido pela Fedegán e Minerva Foods.
- Balanço Total de Carbono: -533,3 tonCO2e
- Intensidade de Emissão: 10,99 ton. CO2e / tonelada de carne produzida
- Emissões 45% abaixo da média mundial
Fazenda Corumbiara (BRA) – baixo carbono: localizada em Rondônia, conta com mais de 20 mil cabeças de gado, além de 16,8 mil hectares de área. A propriedade contabilizou emissões 42% abaixo da média mundial, graças à intensificação do ciclo de produção e por possuir cerca de 30% da área aberta destinada à agricultura, que produz insumos para o confinamento, gerando mais qualidade para a carne.
Após a colheita, a área agrícola é liberada para integração lavoura-pecuária que, em conjunto com o confinamento abastecido com grãos produzidos na fazenda, gera eficiência de custo, sustentabilidade e menos emissões de carbono, já que os animais nascem na fazenda e completam o ciclo na mesma propriedade, garantindo a rastreabilidade completa do rebanho.
- Balanço Total de Carbono: 33.609,2 tonCO2e
- Intensidade de Emissão: 11,53 ton. CO2e / tonelada de carne produzida
- Emissões 42% abaixo da média mundial
Fazenda La Lunera (URU) – baixo carbono: localizada em Paraje Sarndi del Cosnejo Castillos, no Uruguai, conta com mais de 836 cabeças de gado, além de 654 hectares de área. A propriedade contabilizou emissões 45% abaixo da média mundial. Os proprietários têm feito um trabalho constante para melhorar a genética do gado, buscando opções adaptáveis para o seu sistema de produção na pecuária.
Dentre as ações, há o manejo rotacionado de pastagem, que busca introduzir gramíneas e leguminosas como forma de aumentar a produtividade do solo. Dessa forma, o foco é ter um gado mais saudável e adaptado para esse tipo de pasto. Para as áreas menos produtivas da fazenda, realizam o trabalho de plantio de árvores.
- Balanço Total de Carbono: 496,6 tonCO2e
- Intensidade de Emissão: 10,97 ton. CO2e / tonelada de carne produzida
- Emissões 45% abaixo da média mundial
Fonte: Portal do Agronegócio