A Minerva Foods, maior exportadora de carne bovina da América do Sul, informou que se tornou a primeira empresa do segmento a monitorar 100% de seus fornecedores de gado no Paraguai.
No Chaco Paraguaio, a Minerva afirma contar com mais de 3 mil fazendas fornecedoras. Na região, já tem 11,8 milhões de hectares mapeados por meio do sistema SMGeo, desenvolvido pela NicePlanet Geotecnologia a partir de imagens via satélite.
No Brasil, a companhia monitora seus fornecedores diretos desde 2020, e agora concentra esforços e tecnologias para ampliar o olhar aos indiretos. O controle das práticas dos fornecedores indiretos tem se mostrado o maior desafio dos frigoríficos no país, mas a Minerva Foods tem obtido resultados positivos também nessa frente.
Como já informou o Valor, em auditoria feita de janeiro de 2018 a junho de 2019 o Ministério Público Federal do Pará atestou que nenhum gado comprado pela companhia no Estado no período saiu de áreas com desmatamento ilegal após 2008 ou sobrepostas a terras indígenas e a unidades de conservação, de propriedades embargadas pelo Ibama ou sem Cadastro Ambiental Rural (CAR) e de fazendas com trabalho análogo à escravidão.
Somados os biomas brasileiros e paraguaio, a área monitorada pela empresa soma 26 milhões de hectares. E o objetivo é alcançar 100% de cobertura nos demais países sul-americanos em que atua nos próximos anos. Na Colômbia, onde tem mais de 3 mil fornecedores diretos, a meta é 2023; no Uruguai (1,8 mil fornecedores), 2025; e na Argentina (1,5 mil fornecedores), 2030.
Nos vizinhos da América do Sul, os negócios da Minerva são reunidos na subsidiária Athena Foods, que no terceiro trimestre do ano passado faturou R$ 4,4 bilhões, montante que representou 56% da receita bruta total da companhia brasileira.
Somadas todas as operações, as exportações costumam representar cerca de 70% dos negócios da Minerva, que responde por uma fatia de 20% dos embarques de carne bovina da América do Sul.
Em geral, os esforços da Minerva estão em linha com suas metas de eliminar o desmatamento ilegal em sua cadeia de fornecimento até 2030 e de zerar as emissões líquidas de carbono até 2035. Nesse trabalho, os investimentos previstos são da ordem de R$ 1,5 bilhão.
Fonte: Beef Point