Após diversificar as operações em vizinhos do Mercosul com o início das operações na Argentina e a ampliação das capacidades no Paraguai e no Uruguai, a Minerva Foods se prepara avançar no mercado brasileiro. Com a retomada da economia do país, em outubro as vendas de carnes já registraram aumento expressivo, afirmou ontem o presidente da companhia, Fernando Galletti de Queiroz, no “Minerva Day”, encontro com investidores realizado na capital paulista.
Terceira maior produtora de carne bovina do Brasil, com faturamento anual superior a R$ 13 bilhões, a Minerva quer aproveitar o cenário mais favorável em 2018 para ampliar a base de clientes no Brasil, sobretudo nos segmentos de food service (alimentação fora do lar) e cozinhas industriais, segundo o responsável pelas operações da companhia no país, Luis Ricardo Luz.
A meta é expandir em quase 30% o número de clientes regulares que adquirem os produtos da empresa, para cerca de 45 mil no próximo ano Hoje, 35 mil clientes compram carnes da Minerva em todos os meses do ano. O número total de pontos de venda atendidos pela empresa chega a cerca de 50 mil, mas uma parte deles não faz compras regularmente.
Para avançar no food service, a companhia está “remodelando” a subsidiária Minerva Fine Foods (MFF), que conta com uma fábrica de carnes processadas em Barretos, município paulista onde a Minerva está sediada. De acordo com Luz, a MFF a produzirá carne in natura porcionada a partir do primeiro trimestre do próximo ano.
Outro trunfo da Minerva no Brasil é a estratégia “one stop shop”, por meio da qual a empresa fornece não só carne bovina para o pequeno varejo, mas também outras carnes e vegetais. A avaliação da companhia é que essa estratégia ajuda a ampliar a “capilaridade” da empresa. Hoje, cerca de 30% dos itens vendidos no país não são feitos pela companhia, que só atua em carne bovina.
Bem-sucedida no Brasil, essa estratégia também deve ser replicada nos demais países do Mercosul, onde a Minerva avançou neste ano com a aquisição das unidades que a JBS tinha na Argentina, Paraguai e Uruguai, por cerca de R$ 1 bilhão.
Nos mercados desses países, a empresa também almeja chegar aos 30% de itens produzidos por terceiros. No Paraguai, por exemplo, essa índice é de 10%, disse Patrício Silveira, executivo responsável pelas operações da Minerva no Uruguai e no Paraguai.
Embora seja uma empresa majoritariamente voltada para o mercado externo – a Minerva obtém de 65% a 70% do faturamento na exportação -, os mercados internos dos países nos quais tem operações estão em um momento “único”, afirmou Galletti de Queiroz. Ele lembrou que a economia argentina está em recuperação e que as perspectivas também são boas na Colômbia e no Paraguai.
No mercado externo, a Minerva também espera notícias positivas em 2018. Segundo o presidente da companhia, a abertura do mercado de carne bovina in natura dos Estados Unidos para a Argentina deve ocorrer até o início do próximo ano. Além disso, o Uruguai está “às vésperas de ser aprovado para o Japão”, comemorou o empresário.
No caso do Brasil, que representa 45% da produção da companhia, também há reabertura de mercados no horizonte, disse o executivo. A expectativa de Galletti é que os EUA reabram o mercado de carne bovina in natura para o país no primeiro trimestre do próximo ano. Com informações do Valor.
Fonte: Pecuária.com.br