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Boas práticas para o transporte de bovinos

Boas práticas para o transporte de bovinos

13/10/2020

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Ao estabelecer uma criação de bovinos, o pecuarista deve estar atento à localização dos frigoríficos para onde direcionará a venda da sua produção bem como as fazendas de onde comprará os animais de reposição, se for o caso.

Em muitos casos a demanda por boiadas para abate ultrapassa os volumes fornecidos pelas fazendas próximas e com isso as indústrias acabam buscando os animais em propriedades que podem ultrapassar 500 quilômetros de distância.

A viagem na carreta dos caminhões boiadeiros não é algo natural para os bovinos e por isso causa estranheza a eles influenciando o bem-estar e, consequentemente, a fisiologia desses animais. O estresse ao qual são submetidos durante o percurso pode prejudicar a qualidade da carne, causando prejuízos econômicos para o produtor.

Para que isso não aconteça a relação entre distâncias, o número de animais por carreta, a categoria desses animais e nutrição dos mesmos, nos períodos que antecedem e sucedem, a viagem devem ser observas com cuidado e atenção.

No Brasil, o transporte de animais vivos só pode ser realizado mediante apresentação da GTA – Guia de Transporte de Animais, devidamente preenchida e assinada pelos órgãos responsáveis.

Para seguir viagem, a preparação do caminhão deve seguir as determinações do Departamento Nacional de Trânsito (DNT), observando as seguintes exigências:

• Evitar submeter os animais ao sofrimento desnecessário durante o trajeto;

• Possibilitar que o animal permaneça em pé enquanto, em transporte;

• Indicar, de maneira visível, na traseira do veículo, um telefone de contato para o caso de emergência;

• Permitir a circulação de ar em todo o interior do automóvel, garantindo a ventilação;

• Dispor de algum meio para visualizar de forma parcial ou total os animais;

• Possuir piso antiderrapante para evitar quedas dos animais transportados;

• Possibilitar meios para que os animais tenham acesso a água durante o percurso (de extrema importância para grandes distâncias);

• Possuir laterais e teto que protejam o animal contra fugas, queda e exposição para fora do veículo;

• Para caminhões tipo baú é necessário existência de sistema de controle de temperatura e ventilação;

• Estar equipado com abertura para embarque e desembarque munido de mecanismo de travamento, porém com fácil acesso, de modo que em uma emergência, seja possível a liberação dos animais de forma rápida.

Definindo a denasidade do transporte

Como existem diversas categorias de bovinos, cada qual com suas proporções e necessidades, não é possível estabelecer um número de cabeças permitidas por carregamento, e ao relacionar este número com variação de tamanhos de carretas disponíveis no mercado, essa associação é feita por quilograma de peso vivo do animal versus m² de carreta.

Esse método possui três classificações quanto a sua densidade de transporte:

Alta: 600 kg/m2

Média: 400 kg/m2

Baixa:200 kg/m2

Embora a alta densidade pareça mais viável pelo maior número de animais transportados, é um parâmetro arriscado que pode vir a causar lesões nos animais.

Associado ao mal manejo durante o trajeto, gera estresse, por esse motivo, é preferível optar por aliviar a carga em prol da qualidade do serviço.

No Brasil, em observância às boas práticas de bem-estar animal, a densidade de transporte de 400kg/m² é a mais utilizada para distancias de 200 a 300km.

Dentro dessas proporções, uma carreta com medidas aproximadas de 10,60m x 2,40m está apta a transportar com segurança, 20 animais de 300kg cada.

Transportar os bovinos com segurança é parte fundamental da qualidade da sua produção

A adoção das medidas necessárias, evitando submeter o animal a níveis desnecessários de stress, garante níveis normalizados de energia em seu corpo, e com isso, após o abate, durante o processo chamado de “rigor mortis”, responsável por transformar o músculo do animal, na carne que comemos, haverá a queda do pH aos níveis desejados, resultando em um produto de boa qualidade.

A alteração dessas variáveis, causa principalmente a formação das carnes chamadas de PSE e DFD, que possuem alterações em sua cor, textura e sabor, impedindo sua a boa comercialização.

Por fim, é possível notar que desde a saída do animal da fazenda até o momento do abate, são momentos cruciais para a qualidade final.

Fazendo uma analogia ao automobilismo, de nada adianta permanecer em primeiro colocado durante toda a corrida, e “rodar” na última volta!