A ciência mostra que sim. Prepare o prato!
 
Uma questão de equilíbrio

Uma dieta diversificada, composta de cereais, vegetais, frutas, ovos, carne, peixe,
laticínios e óleos, fornece a energia necessária para manter o corpo ativo e
saudável. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a variedade de
alimentos é fundamental para prevenir deficiências nutricionais e doenças crônicas.
Um estudo publicado em 2022 na revista científica Frontiers in Nutrition
[https://www.frontiersin.org/journals/nutrition/articles/10.3389/fnut.2022.947290/f
ull
] mostrou que um alto nível de diversidade alimentar está relacionado a uma
mortalidade mais baixa. Outro trabalho
[https://bmcpublichealth.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12889-024-18172-
y
], deste ano, revelou que idosos com maior diversidade alimentar apresentam um
estado de saúde melhor, com habilidades e capacidades essenciais preservadas.


O que é carne vermelha?

Apesar de o gado levar quase toda a fama, a carne vermelha vem também de
vários outros animais. É o caso de cordeiro e carneiro, cabra, veados e porcos. O
que conta é a presença de mioglobina, proteína que garante a cor de seu tecido
muscular.

Há milênios no prato

Há cerca de 10.000 anos, com a domesticação de animais como gado, ovelhas,
cabras, porcos e galinhas, a carne entrou na dieta humana de forma mais acessível
e constante. “A carne vermelha tem sido parte essencial da dieta humana há
milênios, fornecendo uma fonte de proteína de alta qualidade, micronutrientes e
ácidos graxos essenciais”, lembra uma revisão de estudos publicada este ano na
revista científica Animal
[https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S175173112400034X].

Agregar e não excluir

Ao longo da história, o homem foi incorporando alimentos à sua alimentação e
não limitando. Embora seja difícil reconstruir com precisão as dietas ancestrais
humanas, sabe-se que elas eram variadas
[https://www.scientificamerican.com/article/to-follow-the-real-early-human-diet-
eat-everything/
] e semelhantes às de caçadores-coletores modernos – essas
populações, aliás, apresentam taxas mais baixas de doenças crônicas em
comparação com pessoas com dietas mais industrializadas.

Pura força

A carne é um dos principais fornecedores de proteína de alta qualidade para o
corpo humano, sendo considerada uma fonte completa do nutriente – o que
significa que contém todos os aminoácidos essenciais. As proteínas são
componentes necessários para o crescimento, construção e reparação dos tecidos,
entrando na constituição de todas as células. Também fazem parte da composição
dos anticorpos do sistema imunológico, participando ativamente de vários
processos metabólicos. Outra vantagem: a digestibilidade da proteína da carne é
superior à do feijão e do trigo. Cozida, a carne contém até 36 gramas de proteína
em 100 gramas de carne crua. [https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1747-
0080.2007.00197.x
]

Outros nutrientes de peso

A lista é longa, de acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira: ferro
(associado à memória e à oxigenação), zinco (importante para funções
imunológicas e para a cicatrização), selênio (um poderoso antioxidante), ácidos
graxos ômega-3 (que ajudam na saúde cardiovascular) e vitamina B12 (relacionada
a processos neurológicos, vasculares, imunológicos e inflamatórios). E não é só:
estudos mostram que as concentrações de vitamina B12 em carnes de ruminantes
costumam ser maiores do que em animais como porcos e aves, e mais ferro e zinco
são absorvidos da carne vermelha do que de fontes vegetais. Para se ter uma ideia,
100 g de carne bovina contêm cerca de 2,6 microgramas de vitamina B12,
enquanto a mesma quantidade de espinafre oferece menos de 0,1 micrograma. Isso
demonstra que um ser humano não conseguiria atingir a mesma quantidade de
vitamina B12 presente na carne bovina apenas consumindo o vegetal.
[https://assets.publishing.service.gov.uk/government/uploads/system/uploads/attac
hment_da+ta/file/971018/McCance_Widdowsons_Composition_of_Foods_Integra
ted_Dataset_2021.xls+x
].

Benefícios

Por conta do perfil nutricional da carne vermelha, a ciência afirma que há, sim,
benefícios no consumo moderado – a recomendação do Ministério da Saúde é de
até 500 gramas por semana (cozida). Uma dieta com ingestão adequada de
proteínas, por exemplo, está associada à melhora da força muscular e função física
[https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28507015/]. Também está positivamente
correlacionada com a expectativa de vida [https://www.dovepress.com/total-meat-
intake-is-associated-with-life-expectancy-a-cross-sectional-peer-reviewed-fulltext-
article-IJGM
]. Em crianças, um estudo realizado nos EUA
[https://www.mdpi.com/2072-6643/14/21/4497] confirmou o papel da carne
bovina como um alimento importante para o desenvolvimento cognitivo.

O impacto da exclusão


Como é de se imaginar, tirar ou reduzir o consumo dos nutrientes presentes na
carne tem consequências. Um estudo recente [https://www.mdpi.com/2072-
6643/15/7/1717
] mostra que retirar uma porção de 85 g de carne ou aves dos
padrões alimentares saudáveis pode resultar em diminuições (10% ou mais) na
proteína e em vários micronutrientes essenciais, incluindo ferro, fósforo, potássio,
zinco, selênio, tiamina, riboflavina, niacina, vitamina B6, vitamina B12 e colina,
além de colesterol e sódio. De acordo com o livro “Sacred Cow”, a falta de
vitamina B12 pode provocar distúrbios neurológicos e anemia, enquanto a carência
de ferro também está associada à anemia. Além disso, os autores destacam que o
consumo de carne magra, dentro de uma dieta equilibrada, pode estar relacionado a
um menor risco de certos tipos de câncer.
[https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S175173112400034X].

Não é ultraprocessado!

Quando o assunto é processamento de alimentos, eles podem ser classificados em
três categorias: ultraprocessados, que envolvem múltiplas etapas de fabricação e o
uso de diversos ingredientes, muitos dos quais são de origem industrial, como
refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos de pacote e macarrão instantâneo;
processados, que são produtos que passaram por adição de sal ou açúcar a
alimentos in natura ou minimamente processados, como legumes em conserva,
frutas em calda, queijos e pães; e in natura, que são alimentos obtidos diretamente
de plantas ou animais e adquiridos para consumo sem qualquer alteração, como
folhas, frutos, ovos e leite. Vale lembrar que a carne não é um temido
ultraprocessado. Ela é, na verdade, minimamente processada. E, em uma pesquisa
de 2022, pesquisadores americanos afirmam terem encontrado evidências fracas de
associação entre consumo de carne vermelha não processada e complicações de
saúde como câncer colorretal, câncer de mama, diabetes tipo 2 e doença cardíaca
isquêmica. [https://www.healthdata.org/research-analysis/library/health-effects-
associated-consumption-unprocessed-red-meat-burden-proof
]

De olho no pasto

A ração que alimenta os animais pode influenciar no teor de gorduras totais e
saturadas e na composição de ácidos graxos da carne vermelha que chega ao seu
prato. Além de mais magro, o gado alimentado a pasto possui mais ômega 3
[https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S175173112400034X#b0235]
. Mas o impacto positivo vai além da saúde: no quesito sustentabilidade, esse tipo
de produção é um exemplo da pecuária regenerativa, que foca em práticas de
manejo sustentável para beneficiar o meio ambiente. Essa abordagem prioriza a
conservação do solo, o bem-estar animal e a integração de pastagens com áreas de
preservação e vegetação nativa, promovendo a biodiversidade e reduzindo a
emissão de gases de efeito estufa. A Minerva Foods segue ainda outros padrões,
como a rastreabilidade de origem, garantindo, conformidade ambiental, trabalhista
e da terra, monitoramento geográfico de fazendas, mapeamento dos ciclos de
produção (cria, recria e engorda), investimento social e desenvolvimento técnico
de pessoas.

Na hora de preparar

De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, as formas de
preparo mais indicadas para cortes com mais gordura são assar, grelhar ou refogar.
Já cortes com menos gordura vão bem ensopados. E sempre com a menor
quantidade possível de óleo e sal. A forma de preparo também pode influenciar na
capacidade de absorção de proteína. Cozinhá-la em temperatura mais baixa (55
°C) por um curto período de 5 minutos é mais vantajoso do que em alta
temperatura (90 °C) por um período maior que 30 minutos.
[https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S175173112100272X?via%3Di
hub
]

Perda de peso

Criada na década de 1920 como uma alternativa terapêutica ao tratamento de
epilepsia, a dieta cetogênica é uma das estratégias mais adotadas por quem quer
perder peso. Com os carboidratos drasticamente reduzidos, o corpo procura outras
fontes para o fornecimento de energia às células – no caso, a gordura, cujo
consumo é aumentado. O processo também gera moléculas que influenciam
hormônios relacionados ao apetite.